domingo, 31 de janeiro de 2010

Das Bezerradas VII

Que o ser humano é por tendência uma coisa ruim, já não sobravam dúvidas cá no tasco.

[Clarifique-se desde já que, aqui para a blogger, médicos e enfermeiros são uma coroporação de gente dada ao sadismo e à insensibilidade, dos quais desconfia bastamente. Ou seja, o preconceito e o estereótipo assistem-na neste post, quiçá mais do que em qualquer outro.]

Há uns dois pares de anos, reencontrei um antigo colega do secundário numa certa livraria cá do burgo que em tempos teve uma área de cafetaria - bolinho de chocolate e café! - mas agora já não tem e por isso deixei de lá pôr os cotos. Após uma breve troca de impressões circunstanciais sobre o rumo das nossas vidas posteriormente à era geológica que mediou o penúltimo encontro e aquele, disse-me o ex-animador social da minha antiga turma que «Ah, e tal, sou enfermeiro em tal parte assim, assim». Todas as outras pessoas que conheço em enfermagem não almejaram lugar nessa tal parte assim, assim. Ele conseguiu. Vou tentar pensar que foi o mérito da sua classificação mediana e não o facto de a mãe do citado enfermeiro, também ela, coincidentemente, enfermeira, trabalhar na tal parte assim, assim, e haver, como todas as habituais práticas cá do burgo indicam, exercido influência para tal contratação.

Certo é que a criatura - o enfermeiro que dantes era um stand up comedian lá na turma - é enfermeiro e exerce tal profissão. A qual exercia já ao tempo do encontro na tal livraria.

E que fez ele após um minuto de diálogo com uma pessoa que não via há anos, a qual largou o casaco militar, deixou crescer o cabelo muito para lá do tamanho cão-de-água e passou a usá-lo, quando muito, com madeixas louras, abandonando as tonalidades azul e rosa de outrora?

Saca do telemóvel e exibe fotos de uma senhora acidentalmente semi-escalpada, a segurar no ar, sobre a sua cabeça, a camada de pele contendo cabelo com a mão direita, sinistramente ligada ao restante tecido aderente ao crâneo, como se do vídeo do panda a espirrar se tratasse. A colecção prolongava-se. Eu é que escolhi não ver mais nada.

Prái dois anos depois deste episódio, vi-me obrigada, por imposição curricular, a frequentar a cadeira de Medicina Legal. As aulas teóricas foram ok. Mas para a completude da cadeira era imprescindível a comparência a duas autópsias.

Tive azar. A primeira a que assisti foi numa tarde em que um cadáver em elevado estado de decomposição essa dissecado na sala ao lado, deixando tudo empestado de um cheiro nauseabundo como nunca dantes tinha snifado. Gastei uma embalagem de lenços perfumados à Sofiazita, que me prestou grande apoio naquela agonia e teve o bom senso de me encorajar a ficar. (Lá pelo meio tive vontade de sair...)

Ora, a assitência da autópsia era composta por projectos de juristas, médicos e enfermeiros. E, mais do que o cheiro, que, como já disse, era o pior que alguma vez me foi transportado até às narinas, o que me deixou pertinho de bazar foi a galhofa permanente dos estudantes de enfermagem.

De duas, uma: ou eu sou realmente muito estúpida e não tenho o mais ténue sentido de humor, ou então, um grupo de jovens com não mais de 22/23 anos, a apontar para os genitais de um pobre homem morto sobre a marquesa da medicina legal, a ser esquartejado para análise, é uma carneirada inominavelmente soez e vil.

Tempos depois circularam rumores de que uma estudante de direito teria feito um vídeo de uma autópsia com o telemóvel. Ao que parece viu muitas mais autópsias do que as obrigatórias. Era uma interessada. E também não deve ter ligado muito a meia dúzia de artigos de certas compilações legais que, àquele tempo, já deveria conhecer bem. Ou pelo menos o suficiente para não lhe passar pela ideia a velhaca e abusiva captação de imagens.

Por tudo isto, estas belas fotos que um grupo de médicos porto riquenhos publicou no... Facebook,
o_O
Não me surpreendem. São o sintoma de uma sopeirice própria de quem não tem valores e nem sequer liga por aí além àquele preciosismo designado de «deontologia profissional». A ânsia exibicionista e o comportamento de pária perante um sofrimento atroz fazem-me duvidar de tudo, mas não do estereótipo e do preconceito nos quais me venho escudando há muito, muito tempo.

Saia daí um Wulff para mesa 49!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Do «Hasta Siempre»



Por, entre muitos outros, me terem dado a ver:

- Reservoir Dogs
- The Piano
- Pulp Fiction
- Trainspotting
- Brassed Off
- Good Will Hunting
- Jackie Brown
- Amélie
- Frida
- Kill Bill Volume 1
- Kill Bill Volume 2
- Garden State
- No Country for Old Men


Terão sempre um lugar cativo no meu coração, saudosos estúdios Miramax!


Já pela nódoa inominável que foi e é «Chicago» de Rob Marshall, um «bem feita!» do tamanho de um A-380.

Das Improbabilidades

Nunca imaginei tal coisa, mas gostei muito de ler as impressões emitidas por Belmiro de Azevedo sobre Cavaco e Alegre, numa entrevista à «Visão» que o DN resumiu aqui.

Isto de uma entevista a uma certa estação ou publicação ser notícia noutros órgãos de comunicação social, soa a reciclagem. Mas reciclagem no mau sentido, não aquela pela qual se faz o sacrifício de ir ao ecoponto para aliviar o peso da consciência poluente.

Das Pré-Temporadas


A 6.ª temporada de Lost está a chegar, e cá pelo tasco já se ouve o sapatear (proveniente daquele tique com que o Coelho Branco - de um certo conto escrito por um tipo meio pedófilo e mui badalado por estes dias - contagiou a clientela quando se lhe aceitou meia fatia de tarte de cenoura) ansioso por mais um repasto audiovisual para as massas.

Não há imagens da nova temporada, mas aqui está um bom aperitivo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Das Conciliações Geek-Fixolas


Escuto hoje, praí pela quarta ou quinta vez, o tema «Ladybug» de uns tais The Avon Barksdale. Porque também eu aprecio uns indiezinhos fáceis de ouvir... e todo o tipo de cenas alusivas à bela tv-geekness.

The Wire rula muito. Mas a minha série preferida não deixará de ser The West Wing.

Para que fique bem claro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Das Justificações das Ausências

Não tem havido postagem fresca cá no tasco.
Por nenhum motivo em especial.

[Embora o facto de me perder com pensamentos parvos como a invenção de uma personagem assassina do politicamente correcto, chamada «Jáques, o Estereotipador» e rir dessa má tirada humorística como se fosse a Whoopi Goldberg, não abone muito à capacidade de articulação lógica - tome-se como documento probatório a extensão desta frase - e ao tempo livre entre mãos para mais do que divagar extra-blogger.]

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dos Plágios Bacocos (Mas Rentáveis à Bruta) II

«The most obvious similarity is that both stories are set on the planet Pandora in the 22nd century. The Strugatskys' Pandora is inhabited by the Nave, a group of humanoids whose name sounds very much like that of Cameron's humanoids, the Na'vi. Both Pandoras are also warm and humid, and densely covered in trees.»

Um artigo sobre as coincidências existentes entre a «história» do Avatar do fogo de artifício para sopeiro admirar, e uns certos livrinhos sci-fi dos 60's russos. Por mim, o James Cameron já vivia num GULAG siberiano desde que se lembrou de fazer o Titanic. --'

Dos Plágios Bacocos (Mas Rentáveis à Bruta)

Um estimado leitor cá do tasco, linkou para esta bela resenha da pipoqueirada mais rentável que os últimos tempos viram no grande écran. Como tal achega ficou subtraída à ribalta blogueira num comentário que poucos lerão, aqui fica o devido destaque:


(clickar sobre a imagem para ler em tamanho pró-míope)

Das Resenhas Idílicas



RadioheadEverything in Its Right Place


RadioheadPyramid Song


RadioheadThe National Anthem


RadioheadHow to Disappear Completely Loved track


RadioheadI Might Be Wrong


RadioheadYou and Whose Army?


RadioheadIdioteque


RadioheadMorning Bell


RadioheadMotion Picture Soundtrack

Há por aí certas pessoas que defendem a tese segundo a qual os Radiohead, ao invés de dois álbuns, na ressaca do «OK Computer» - a.k.a. melhor disco de todos os tempos - deveriam ter editado um só, composto pelas melhores faixas do «Kid A» e do «Amnesiac»: o «Kid Amnesiac».

Ontem à noite, na companhia de um desses entusiastas, fiz a experiência, com a tracklist supra exposta.

Continuando a considerar o «OK Computer» a obra máxima dos 5 gajos mais talentosos que Oxford deu ao mundo, aconselho a experiência.

Saia daí um Wulff para mesa 48!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Das Descobertas Improváveis (E Lamentáveis)


Tristemente, foi por causa de uma curiosidade da inclassificável secção «Vida» do Sol online que fiquei a saber que os tigres são uma das espécies mais ameaçadas.

A ver se o governo chinês faz alguma coisa para preservar a espécie... Mas dado que para aqueles lados até a vida humana parece valer tão pouco, não me parece que o folclore em torno de um ano temático com o nome dos felinos ameaçados venha a fazer grande coisa pela conservação da espécie.

Das Réplicas

De 6.1. Hoje. Por volta das 11h, horário português.

A ver se o jornalismo da desgraça se banqueteia de imagens e relatos do horror e do caos. Pelo mundo bem nutrido e seguro mostra-se choque e consternação. Não de uma forma tão caricata como as expressões do PR diante dos estragos provocados pelo tufão de Torres Vedras (tipo devoração de Bolo Rei versão idoso mau fingidor de admirações semi-emocionadas). Mas ainda assim muito confortável.

Saia daí um Wulff para mesa 47!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Dos Tiros Nos Pés II

Do pouco que tenho observado, o «i» é grande fã do Alegre. Ou então há por lá gente que já se apercebeu da qualidade tragicómica do auto-designado candidato à Presidência da República (a.k.a. milhão de votos). E essas cenas vendem papel. Quase tanto como as promoções de desconto de 50% no preço no papel higiénico.

O anúncio da candidatura de Alegre por estes tempos não pressiona ninguém a mais do que rir. O PS virá à praça anunciar o seu candidato quando isso não deixar o executivo em funções totalmente exposto às forças de bloqueio. E o PR está-se nas tintas para aquele senhor de barba branca com um discurso chato e ultrapassado que por acaso tende a ficar-lhe cronicamente atrás nas sondagens.

Se por um lado os idosos fiéis à direita, devotos do Sr. Cavaco e Silva - sim, eles enfatizam o «e» -, têm andado a morrer desde as últimas presidenciais, pelo outro há por aí borregada jovem que o consideram um bom político.

Ou seja, prevejo a desgraça para o futuro do Palácio de Belém.

Das Procrastinações (Alegadamente) Estratégicas

Por mais tempo que o executivo possa ganhar com certas prorrogações, quiçá +/- pedinchadas, certo é que a adjudicação do fornecimento do belo computador infantil de terceiro mundo apelidado de navegador tuga para lhe lavar a imagem, é assunto político fétido de tanto mal cheirar.

E o maior problema será mesmo a ausência de alternativas viáveis. Para que o escrutínio devido de tais abusos fosse produtivo e progressista, ao invés de suicidário.

Das Bestialidades II



Acorda uma pessoa para se deparar com esta merda!

Para quem não percebeu: eu tinha uns 36 e tal mil tracks ouvidos desde esse belo dia de 20 de Agosto de 2008.

De duas uma, ou o last.fm é merdoso... até aos quarks... ou então alguém com muito pouca vida se lembrou de me chagar a paciência.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Das Genialidades II

Há coisa de pouco mais de um minuto. Ou dois. Não mais de 3, vá. Tive (mais) uma fantástica ideia!

Na senda dos famosíssimos audiobooks, sugiro aos senhores da DGSI que façam o mesmo com a jurisprudência das instâncias superiores. Como intérpretes é imperativo o recrutamento de septuagenários avaros, de voz ditatorial e velhaca.

Seria um sucesso!

O arquivamento da douta jurisprudência em tais moldes estaria, aliás, no que a avanços tecnológicos respeita, como a «Vila Faia» para o «Avatar» - não sei bem por que ordem comparativa.

Saia daí um Wulff para mesa 46!

Dos (In)Êxitos

Sempre na vanguarda do WTF, na crista da onda da silly season, aquele que é o tiranete-cantor favorito cá no tasco, deu à luz mais uma ideia magnífica: expropriar uma cadeia de supermercados como sanção ao aumento de preços com finalidade expeculativa.

Há a intervenção estadual na economia, em ordem ao estabelecimento de linhas racionais num âmbito de pura irracionalidade (a do mercado). E há as alarvidades monumentais.

Acho que já dei a perceber qual das duas se aplicará ao caso.

Dos Tiros Nos Pés

Ansioso por dar início a mais umas andanças que, ou muito me engano, ou culminarão em mais uma vitória presidencial do fanático de marquises mais dispensável da política portuguesa, Manuel Alegre anunciou a sua candidatura antes de o PS os ter no sítio para o apoiar sem temer represálias da presidência.

Não sei o que será pior, se o facto de a grande esperança anti-Cavaco consistir num atabalhoado político que, sendo poeta, de tudo faço para evitar o constrangimento de ler a sua obra, se a realidade demonstrar que até esta «grande esperança» tem uma atracção inimaginável por tiros nos próprios pés.

Pressionar o PS serve-lhe para quê?! E já nem entro em considerações sobre a atitude cobarde do PS... Mas sendo esta uma realidade mundana, não seria de contar com isso?

Indagado sobre toda esta conjuntura, Alegre respondeu: «Eu sei que é uma maçada para quem não gosta, mas é um facto consumado: a candidatura arrancou e está no terreno».

É uma maçada sim senhor. Sobretudo para quem não quer ver um político tão... inclassificável... como o é Cavaco Silva, ganhar outras presidenciais.

Das Indignações II

Ainda nem há uma hora fui resgatada aos meus sonos semeados de sonhos estúpidos e incomodativos que nem furúnculos, e já preferia ter continuado a dormir. Minto. Afinal o meu cafézinho das 7h e qualquer coisa é o momento alto do meu dia. Sobretudo quando tenho a companhia do gato. A qual, por acaso, hoje não tive. Mas adicionei mais um pacote de açúcar ao café do que o costume. Para compensar.

E porque raio preferia eu continuar a conviver com os despojos da minha lixeira mental, ao invés de «viver a vida»?

Porque o James Cameron ganhou o globo de ouro de melhor realização... e o Avatar ganhou o globo de melhor drama. --' E não estou a falar daqueles prémios saloios da Sic. Foram mesmo Golden Globe Awards.

Quanto ao que penso de «Avatar», já por aqui o deixei bem claro.

O que irrita solenemente nesta consagração monstruosa é, além da injustiça perante os demais, que vai na volta até são trabalhos dignos da classificação «cinema» e não «merda audiovisual para comedores de pipocas», a sua soma de vitórias carneirenta. Se é por causa do estímulo ao 3D, reeditem clássicos do cinema em 3D e exibam-nos nas salas. Não enalteçam é a ceninha mais vulgar, pretensiosa e estúpida que as excitações populares idolatraram nos últimos tempos!

Se eu já tinha o James Cameron na lista dos realizadores sem os quais o cinema passava muito bem após aquela fantochada que foi o Titanic, agora encabeça a lista. --' Seguido de muito perto pelo Rob Marshall.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Das Nostalgias Televisivas

Por estes dias lembrei-me, com elevada nostalgia, dos tempos em que ia da faculdade até casa numa corrida contra o tempo. Tudo para chegar à hora de ver «Dave, o Bárbaro» com a minha irmã, que era então uma pitinha do ensino primário.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Das Exclusividades

A partir de hoje, é o que acontecerá por aqui. Para um público literalmente escolhido a dedo, o degredo de ler o que escrevo e de aturar as TPF's - Tentativa de Piada Frustradas - do costume.

Como a mera suspensão tasqueira era uma sanção merecida por outrem que só eu acabaria por sofrer, decidi-me por atacar a causa e não os sintomas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Das Suspensões Tasqueiras

Há uns dias que por aqui não acontece nadinha. Deixei de apreciar a dinâmica desta bodega no momento em que me foi dito que a minha escrita, além de aborrecer e irritar (ok, esta parte eu é que sub-entendi), contém elementos particularmente infelizes como é o caso-exemplo da minha reiteração petulante da expressão «até aos quarks».

E se a opinião alheia, como será bom de ver pelo que nestas bandas se expõe às internétes, interessa pouco aqui à blogger, a de meia dúzia de exemplares da espécie humana calha a ser justamente o contrário. Ora, tal meia dúzia até frequenta aqui o lugarejo e tudo.

Assim, ao termo de uma moratória reflexiva, suspendo o tasco por tempo indeterminado.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Saia daí um Wulff para mesa 45!

Das Futuras Dores de Corno

Talvez porque, alegadamente, a auto-manipulação seja de difícil alcance em face das estranhas maravilhas da sua produção nacional, o povo britânico, vendo-se enclausurado pela intempérie, decidiu ir para net e projectar uns encornanços à cara-metade.

É a desgraça dos nossos tempos. Uns querem contraír o sacrossanto matrimónio e não o podem fazer. Outros, ingratos, havendo-o contraído, vão para as internétes cantar a cantiga do bandido a incautos ou, quiçá, gente de ainda pior categoria, dissolvendo matrimónios com a mesma voracidade com que se retira maquilhagem do rosto após uma longa noite de farra contrafeita.

Das Conquistas (Tardias)

A partir de hoje há mais uma vedação retrógada a direitos elementares que vai de vela. E viver numa sociedade em que tal contece, sabe bem.

A família é, nos dias de hoje, uma multiplicidade de realidades. Porque aquilo que faz de um grupo (ou mesmo um par) de pessoas uma família é um só elemento: o amor. E é bom que a lei permita convencionar os afectos. Afinal, essa será, muito provavelmente, a sua mais nobre função.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Das Boas Trailas



Já o filme fica aquém da traila. Embora não deixe de ser digno do tempo que com ele se perde. Lá para a semana sou capaz de tecer umas considerações sobre a novidade Spike Jonziana.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Das Dissertações Inócuas II

São umas escassas 21h30 e já estou semi-k.o. de sono. Tipo um infante a contemplar o Canal Panda, só que com menos sacarina para abanar a retina, no embrutecimento muscular de uns late 20's pouco esforçados fisicamente e bastamente dados à ronha.

Se isto não é o mais baixo dos níveis a que se pode descer na vida, então não sei nada sobre níveis. Ou/e sobre a vida.

Sei que tenho sono. E não é que me deite e consiga dormir com qualidade. Afinal, sendo estas horas, vou ouvir o burburinho doméstico produzido pelos seres que comigo coabitam. E o meu miolo vai estar mais concentrado na estranheza das horas do que propriamente ficar em stand-by até amanhã de manhã.

Esta noite fiquei mesmo em stand-by. Não me lembro de nadinha que haja aturado no meu mundo onírico. Gosto disso. De adormecer como nos filmes sci-fi. Só que com roupa quentinha. Não é cá pijama de Verão e aquecimento à parva. Não é assim que se dorme bem. Por isso é que no Verão se dorme miseravelmente, nem que se esteja de férias.

Se estivesse de férias seria incapaz de ter sono às 21h30. Nem que tivesse acordado às 5h. Estaria tão stressada com a ideia de aproveitar bem as férias que o sono seria um bem escasso.

Ou talvez não.

Talvez dormisse muito por estar de férias. Quando se dorme muito num dia, fica-se com mais sono ainda. E é porreiro dormir tantas horas diárias como um gato obeso.

Se fosse um gato, queria ser um espécime tigrado, talvez em tons laranja-escuro. Nunca tive nenhum assim. Mas deve ser muito cool ter umas riscas-maravilha naquela tonalidade pilosa.

O meu gato é preto. Tem uma mancha branca no ventre. E o ventre dele é meio descaído. Efeito secundário de uma ablação de tin-tins. Acho que ele gosta da sua própria cor. Se ele pudesse, não pediria para ser tigrado. É bastante teimoso e narcísico. Ele gosta de MGMT e da «One Day Like This» dos Elbow. Pediu-me para ouvir o novo dos Vampire Weekend mas logo que chegou à «Cousins», além de lançar uma piada deprimente - «Mais uma música sobre números divisíveis somente por eles mesmos e a unidade?!» - sentenciou que «Parecem os Grizzly Bear no final de um concurso de doçaria conventual para hiperactivos.».

Não curto a voz do Daniel Rossen. Chateia-me à brava ter de o aturar a cantar. É por isso que o «Veckatimest» não integrou as minhas listas. Preferia que as pessoas à minha volta partilhassem o meu gosto do que ter que levar com a sua voz tão tipicamente indie que até enoja uma poça de vómito (a do senhor Rossen, não a voz das pessoas à minha volta, que essas calam-se para o ouvir).

São 22h. Já não me parece mal ir abancar-me na cama a ler BD até adormecer.

Posso parar de matar tempo com divagações estúpidas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Saia daí um Wulff para mesa 43!

Das Piadas Alarves

«Margarida Rebelo Pinto: "Tenho um macho alfa cá dentro"»

Título do «I».

Das Alianças Improváveis

Este tasco jamais terá configurado um futuro concordante nalgum tema com os fãs da s(h)aga «Twilight». Porém, tal como a ida de João Pereira para o SCP ocorreu perante o espírito incrédulo e revolto de uma certa e determinada pessoa, a realização de uma mini-série (a.k.a. telenovela) sob a alçada da TVI, veio resgatar à autora deste tasco uma solidariedade sincera e mui sentida com essa gente de gostos inconcebíveis em que consiste o público que se extasia com literatura e cinema ruim.

Por isso, ignorem-se os fundamentos de cada uma das partes (os meus e os dessas pessoas) para uma tal oposição ao aproveitamento selvagem de um conceito já por si mesmo bestial e imbecil, mas que calha em vender-se que nem barbas postiças nos apedrejamentos ao tempo de Jesus Cristo.

O que aqui importa será mesmo evitar a repetição de pesadelos inefáveis como o são párias televisivas ao nível da telenovela brasileira «Vamp». Um lixo tóxico do início dos anos '90 que eu apreciaria tanto constatar na moda como arrancar as minhas próprias unhas à dentada.

Para os incautos mas felizes ignorantes do conteúdo televisivo para que alerto com uma animosidade somente comparável à do velho do Restelo, here goes garlic (cá no tasco desconfia-se que a vampiragem não apreciará tal expressão):

domingo, 3 de janeiro de 2010

Saia daí um Wulff para mesa 42!

Das Dissertações Inócuas



Se há coisa que me tira do sério (na realidade esta foi uma metáfora muito mal escolhida, dado que quero descrever algo que me provoca misantropismo galopante e não que me faça gargalhar) são aquelas pessoas com locomoção e modos «boneco Michelin».

Não a correr, obviamente, mas a andar diante de mim, a um ritmo claramente mais lento do que aquele a que eu gostaria de circular. Os Michelin Walkers são, por atribuição natural, gente roliça que balança o corpo para os lados ao caminhar. Nas estações do tempo frio usam kispos que revelam a sua natureza Micheliniana, obrigando-os a semi-abrir os braços, numa dupla função de alívio das pressões da banha e uma vaga tentativa de alcance de equilíbrio não efectivamente almejada, estorvando solenemente quem quer que sofra o azar de seguir atrás de si (dos Michelin Walkers, obviamente, alguém que siga atrás de si mesmo é cena existencial e estúpida demais, até para este tasco...).

E porque me lembrei eu, neste nada quente dia dos primeiros de um novo ano?
Porque me calhou pela frente uma Michelin Walker num certo shopping cá do burgo, levando-me a reflectir sobre as minhas posições relativamente à aplicação da pena capital, como se um membro do governo chinês me tratasse...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Dos Regressos



Obviamente que ontem estava demasiado atulhada de açúcares para me lembrar que haveria mensagem do PR. Há esquecimentos perfeitamente harmonizados com a vida: o que o PR disse não interessa a ninguém.

Aliás, aquela guerrilha telenovelesca com o PM já enjoa. Gente bimba de mal com outrem é do mais ordinário que se possa conceber.

Agora a sério: a reportagem da sic num shopping qualquer a recolher impressões sobre a mensagem de Ano Novo do PR (algures, no vídeo apresentado infra), não dá mesmo uma vontade danada de emigrar em 2010?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Dos Novos Anos



Um ano novo é como uma roupa nova, mas em segunda mão. Parece realmente virginal mas, na crua e inconfessa realidade, sabe-se de antemão ser uma aparência pouco duradoura. Em breve os dias de 2010 serão compostos da semi-exacta matéria de que eram compostas as pretéritas jornadas de 2009.

Ainda assim há todo o belo ritual que implica um feriado seguido de um dia pleno de ronha. Toda uma noite que 90% das pessoas preferem passar na farra, sobrando aquela parcela dos «diferentes» que, em boa verdade, são iguaizinhos a uns quantos milhões. Como eu.

Em suma: foi um bom ano, 2009. Se 2010 não puder ser ainda melhor, que equipare o ano anterior.

Ah! E passagens de ano a visionar cuidadas selecções do melhor de Seinfeld, são do camandro. Sobretudo se tal acontecer na melhor companhia.

Para vós, mui estimada clientela cá do tasco, um 2010 pleno de boas cenas nas vossas vidas! [Na exacta medida em que não constituam más cenas na vida de outrem.]