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sábado, 26 de março de 2011

Das Enunciações do Desejo

Eu gostava que o senhor colunista do Financial Times, daquela província dos E.U.A. que fica naquela ilha a norte da França, e que teve esta ideia brilhante, fosse fulminado por um raio. Mas devagar, como o raio slow motion da ilustração.



Nunca compreendi as pressas com o fim do sofrimento dos ímpios.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Das Alternativas Menos Ofensivas

A E.D.P., que é entre nós conhecida pelos seus simpáticos preços e pelo modelo de concorrência perfeita em que opera, deixou hoje às escuras dez mil pessoas. Dizem os senhores que foi por causa do «mau tempo».

Se era para se desculparem com coisas absurdas e injustificáveis, poderiam ter sido mais inventivos. Eis algumas sugestões possíveis:

- decorreu o XXVIII Campeonato de Trapezismo para Cegonhas e fockaram-se os fios todos.

- houve um surto zombie, alguns engraçadinhos untaram os postes com vísceras fresquinhas e fockaram-se os fios todos.

- com a greve dos controladores aéreos o pessoal do aeromodelismo desgovernou-se e fockaram-se os fios todos.

- aterraram por aí uns OVNIS para voltar a pedir desculpa «por aquela cena de Camarate» e fockaram-se os fios todos.

- o Godinho cravou ao Zé uns quantos postes de alta tensão, enganaram-se nas coordenadas e fockaram-se os fios todos.

- com inveja dos nevões em zonas mais a Norte, vários populares, conhecidos por deterem níveis de caspa elevados, subiram a postes eléctricos com a intenção de sacudir as suas cabeças «fazendo nevar» e fockaram-se os fios todos.

- etc.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Do Sacrossanto Ensino Público

Hoje o «i» dá conta de que há cada vez mais colégios e escolas privadas cujas propinas não são pagas por pais que se viram sem os habituais recursos económicos.

De facto, transferir uma criança do ensino privado para o ensino público, pode ser um choque elevado, quiçá fonte de traumas futuros. Na escola, como na família, criam-se laços, alianças, territórios, ódios de estimação, etc. E cada ecossistema escolar é delicado. Se mudar de escola no termo de um ano lectivo e antes do início do segundo é uma alteração profunda na vida de uma criança ou adolescente, mais ainda o será durante o próprio ano lectivo.

Dito isto, certo é que na bela nação em que vivemos, se criou o cultozinho dos betinhos priveligiados nas escolas e colégios do sector privado. Subtraídos à convivência com os putos ranhosos que às vezes não têm o livro de texto porque os pais «ainda não receberam», que almoçam graças à acção social escolar, andam mal vestidos e até sujos, têm maus modos, são tendencialmente problemáticos e danados de manter sossegados. Enfim, os filhos do povacho. Aquele que não anda a ganir porque o leasing do SUV vai de vela, já não há férias no estrangeiro e visa para pagar as farpelas com etiquetas que significam «produto carote».

O povacho, remediado e com um futuro tão risonho como o Ramalho Eanes, sempre mandou os seus filhos para a sacrossanta Escola Pública. Com todos os seus defeitos e virtudes. Simplesmente por não haver guito para mais, acredito. Mas foi nessas escolas que muitos desses petizes se fizeram homens e mulheres melhores do que os seus pais. Porque ainda há professores que fazem a diferença. Porque na escola pública, apesar de tudo, se tratam de forma mais igual as pessoas. Duvido que os filhos do povacho se dessem bem em colégios privados.

Já os meninos dos colégios privados, filhos de pessoas que, contra todas as expectativas, se nivelaram economicamente com o povacho, parecem querer ser poupados pelos seus pais e educadores ao triste fado da frequência do ensino público.

É nisto que os priveligiados se distinguem do povacho: este, quando não tem, não finge que tem. Não estica a corda até à humilhação. Aprende a viver sem aquilo que não pode ter e sabe ser feliz na adversidade.

Porque a refeição social e a escola pública são um bem inestimável, invista-se e revalorize-se o que é público, de todos nós. Que as crianças dos pobres dignos, se acaso tiverem alguns dos professores que tive a sorte de encontrar do outro lado da sala, serão felizes na magreza orçamental e gente adulta que jamais manteria um filho numa escola privada cujas propinas não pudesse pagar pontualmente.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Das Improbabilidades

Nunca imaginei tal coisa, mas gostei muito de ler as impressões emitidas por Belmiro de Azevedo sobre Cavaco e Alegre, numa entrevista à «Visão» que o DN resumiu aqui.

Isto de uma entevista a uma certa estação ou publicação ser notícia noutros órgãos de comunicação social, soa a reciclagem. Mas reciclagem no mau sentido, não aquela pela qual se faz o sacrifício de ir ao ecoponto para aliviar o peso da consciência poluente.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dos (In)Êxitos

Sempre na vanguarda do WTF, na crista da onda da silly season, aquele que é o tiranete-cantor favorito cá no tasco, deu à luz mais uma ideia magnífica: expropriar uma cadeia de supermercados como sanção ao aumento de preços com finalidade expeculativa.

Há a intervenção estadual na economia, em ordem ao estabelecimento de linhas racionais num âmbito de pura irracionalidade (a do mercado). E há as alarvidades monumentais.

Acho que já dei a perceber qual das duas se aplicará ao caso.

sexta-feira, 27 de março de 2009

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Must-See

Olhem aqui esta cena que o grande Alvim postou e que calha a ser um must-see.

De Magalhães privado às jocosidades carnavalescas a investimentos em grandes obras numa tentativa pacóvia e terceiro-mundista de tapar o Sol com a peneira, cavando-se cada vez mais fundo a vala-comum em que se enterrou a classe média-baixa, esta será uma farpela cada vez mais em voga.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Exotismos

Ainda mais exótico, inebriante e surpreendente do que compilações de "música do mundo" será ouvir a auditora que certificou contas do BPN nos últimos anos.

E eis que o Banco de Portugal está prestes a experienciar algo mais transcendental e WTF do que a sua própria actuação.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Visionários

Saramago acha que os banqueiros “não são gente de confiança”

Perdoai-me a arrogância, mas, na minha humilde opinião, não me parece que somente alguém com o brilhantismo Nóbel possa desconfiar de tal plebe.
Qualquer arrumador de carros invisual (pelo menos um existe, segundo consta) tem sérias dificuldades em confiar no mais amável dos banqueiros, nem que lhe dêem como gorja recortes do Dica da Semana cortados à medida das notas de 20€.