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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Das Curvaturas à Mediocridade


O «artigo» de capa do «i» cumpre várias funcionalidades: ofende a inteligência do leitor, manipula a sensibilidade dos destinatários com as famosíssimas imagens dos diversos e progressivos estádios de gestação intra-uterina, brinda com estatísticas terceiro-mundistas tão descontextualizadas quanto possível, reproduz relatos de entusiastas desiludidos, mas, acima de tudo, presta mais um belo favor ao Cavaco.

O Sr. já usa q.b. o cargo de Presidente da República para se auto-engrandecer e manipular o Zé Povinho. Não é preciso o jornal com nome infeliz, grafismo bacoco e qualidade de conteúdos mui discutível vir prestar favores propagandísticos.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Das Bezerradas VII

Que o ser humano é por tendência uma coisa ruim, já não sobravam dúvidas cá no tasco.

[Clarifique-se desde já que, aqui para a blogger, médicos e enfermeiros são uma coroporação de gente dada ao sadismo e à insensibilidade, dos quais desconfia bastamente. Ou seja, o preconceito e o estereótipo assistem-na neste post, quiçá mais do que em qualquer outro.]

Há uns dois pares de anos, reencontrei um antigo colega do secundário numa certa livraria cá do burgo que em tempos teve uma área de cafetaria - bolinho de chocolate e café! - mas agora já não tem e por isso deixei de lá pôr os cotos. Após uma breve troca de impressões circunstanciais sobre o rumo das nossas vidas posteriormente à era geológica que mediou o penúltimo encontro e aquele, disse-me o ex-animador social da minha antiga turma que «Ah, e tal, sou enfermeiro em tal parte assim, assim». Todas as outras pessoas que conheço em enfermagem não almejaram lugar nessa tal parte assim, assim. Ele conseguiu. Vou tentar pensar que foi o mérito da sua classificação mediana e não o facto de a mãe do citado enfermeiro, também ela, coincidentemente, enfermeira, trabalhar na tal parte assim, assim, e haver, como todas as habituais práticas cá do burgo indicam, exercido influência para tal contratação.

Certo é que a criatura - o enfermeiro que dantes era um stand up comedian lá na turma - é enfermeiro e exerce tal profissão. A qual exercia já ao tempo do encontro na tal livraria.

E que fez ele após um minuto de diálogo com uma pessoa que não via há anos, a qual largou o casaco militar, deixou crescer o cabelo muito para lá do tamanho cão-de-água e passou a usá-lo, quando muito, com madeixas louras, abandonando as tonalidades azul e rosa de outrora?

Saca do telemóvel e exibe fotos de uma senhora acidentalmente semi-escalpada, a segurar no ar, sobre a sua cabeça, a camada de pele contendo cabelo com a mão direita, sinistramente ligada ao restante tecido aderente ao crâneo, como se do vídeo do panda a espirrar se tratasse. A colecção prolongava-se. Eu é que escolhi não ver mais nada.

Prái dois anos depois deste episódio, vi-me obrigada, por imposição curricular, a frequentar a cadeira de Medicina Legal. As aulas teóricas foram ok. Mas para a completude da cadeira era imprescindível a comparência a duas autópsias.

Tive azar. A primeira a que assisti foi numa tarde em que um cadáver em elevado estado de decomposição essa dissecado na sala ao lado, deixando tudo empestado de um cheiro nauseabundo como nunca dantes tinha snifado. Gastei uma embalagem de lenços perfumados à Sofiazita, que me prestou grande apoio naquela agonia e teve o bom senso de me encorajar a ficar. (Lá pelo meio tive vontade de sair...)

Ora, a assitência da autópsia era composta por projectos de juristas, médicos e enfermeiros. E, mais do que o cheiro, que, como já disse, era o pior que alguma vez me foi transportado até às narinas, o que me deixou pertinho de bazar foi a galhofa permanente dos estudantes de enfermagem.

De duas, uma: ou eu sou realmente muito estúpida e não tenho o mais ténue sentido de humor, ou então, um grupo de jovens com não mais de 22/23 anos, a apontar para os genitais de um pobre homem morto sobre a marquesa da medicina legal, a ser esquartejado para análise, é uma carneirada inominavelmente soez e vil.

Tempos depois circularam rumores de que uma estudante de direito teria feito um vídeo de uma autópsia com o telemóvel. Ao que parece viu muitas mais autópsias do que as obrigatórias. Era uma interessada. E também não deve ter ligado muito a meia dúzia de artigos de certas compilações legais que, àquele tempo, já deveria conhecer bem. Ou pelo menos o suficiente para não lhe passar pela ideia a velhaca e abusiva captação de imagens.

Por tudo isto, estas belas fotos que um grupo de médicos porto riquenhos publicou no... Facebook,
o_O
Não me surpreendem. São o sintoma de uma sopeirice própria de quem não tem valores e nem sequer liga por aí além àquele preciosismo designado de «deontologia profissional». A ânsia exibicionista e o comportamento de pária perante um sofrimento atroz fazem-me duvidar de tudo, mas não do estereótipo e do preconceito nos quais me venho escudando há muito, muito tempo.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Das Pandemias VI

Que a gripe A era das doenças mais foleiras da história, já se sabia, mas se a teimosa dúvida ainda habitasse a mente de alguém (como acontece com o PR, aparentemente), eis o esclarecimento: o Marilyn Manson contraíu gripe A. O porco.

E como não tem o volume corporal de uma Beth Ditto, com letra A e ascendência suína ou não, é uma maleita sazonal que o tipo que achou muita giro adoptar o nome de um ícone do cinema e o sobrenome de uma assassino bimbo irá curar com facilidade. Ou seja, se nem um tipo que poderia figurar no dicionário ilustrado como exemplo de pessoa alterada após a leitura do Livro de S. Cipriano se vai abaixo das canetas com a gripe A, ninguém normal vai.

E sim, o gajo não está no meu top ten de gente para ser levada a sério. Pena que eu não o possa achincalhar em grande estilo como esta mitrada. As contingências humanas são focks =\

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Das Teorias da Conspiração

Recebi um mail forwardado com linkagem para isto:

«A Desinformação
01/09/09, 10:14
Por Jack Soifer, jackfer@sapo.pt
Com um bom escritório de advocacia, pode ficar milionário num ano. Basta fazer como a Gilead, dos EUA: compre a patente de um qualquer antiviral. Espalhe, entre a população mal-alimentada de um país pobre, o México, uma nova estirpe de virus da gripe, para o qual a sua patente seja um pouco melhor. Faça seu sócio o genro de um lobista, como o do ex-ministro de George W. Bush, Donald Rumsfeld.

O ministro declara a urgência de vacinar contra a gripe A, sem dizer que novas estirpes aparecem cada cinco anos. Impeça a informação dos médicos e da renomada New England Journal of Medicine de chegar à TV e à radio. Espalhe nos media que esta gripe mata, sem dizer que só mata quem tem a auto-imunidade fragilizada por alguns aditivos químicos em alimentos.
Impeça as TV, devido ao seu pré-trabalho com a agência de publicidade ligada ao patrão da maior TV, de dizer que a gripe aviária, então uma terrível pandemia, só matou 250 pessoas. E que a gripe normal mata meio milhão por ano. Faça a sua Gilead ceder o fabrico do antiviral ao maior laboratório do mundo, com sede num paraíso fiscal. Assuste ministras competentes, mas em ministérios fragilizados, dominados pelo lobbies.
Os cientistas estão fartos de publicar, desde 2008, que a gripe A é igual às outras. A vacina só fortalece a auto-imunidade, não impede a virose. Há vários antivirais contra a gripe A. O virus enfraquece, mas ainda não matou um ‘normal'; morrem de outras doenças. Fala-se de vacinar milhões de crianças e idosos, mas os efeitos fatais são em mal-alimentados adultos de 20 a 40 anos. Com povo nutrido, informado e limpo não se venderão as 100 milhões de doses que farão pessoas da estirpe de Rumsfeld dominarem os espertos que nos dominam. Se a gripe A é grave, por que a Organização Mundial de Saúde não a declara calamidade e autoriza fabricar genéricos?»

Estou tão fartinha da histeria da Gripe A que até já ajudo na proliferação das teorias da conspiração. Acho que qualquer coisa é preferencial a aberturas de telejornais para a coisa nenhuma que é uma gripe. Só este Verão tive uma gripe danada e duas semanas depois andei mais constipada que eu sei lá. Convalesci, curou-se a maleita... e nada, nem pó de H1N1. Quando a ribaltosa estirpe me atacar aviso. --'

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Das Bagatelas

«"Papão" da gripe A cura-se com menos de quatro euros

Curar uma gripe A custa menos de quatro euros. Em geral, um pediatra prescreve, a uma criança até aos 12 anos, o comum analgésico paracetamol, bem como o antiinflamatório Ibuprofeno. Cura-se a gripe A como uma gripe sazonal.

Aos pais, é aconselhado desinfectarem as mãos e utilizarem uma máscara cirúrgica, que custa cerca de 30 cêntimos a unidade. E pouco mais.

Se a criança não pertencer a grupos de risco, não necessita do Oseltamivir, mais conhecido pelo nome comercial Tamiflu, medicamento da Roche à venda nas farmácias por 25.17 euros (uma embalagem de 75 mg), sem comparticipação médica.»

in Jornal de Negócios Online

A histeria em torno da epidemia já "farta até aos olhos", como diria o PGR. Às vezes a prosaica e fria abordagem dos números é balsâmica.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dos Recados III

Tal como já o fiz notar em múltilos e variados postanços e twittadas, ando pouco dotada do bem saúde por estes dias.

Ou seja, as energias escasseiam e todo o tempo que possa dedicar ao repouso será pouco, pelo que a bloguice pára por uns tempos.

Mas não sem antes me gabar do magnífico feito alcançado no tasco do Ar-de-Rocker (Panda do Hawaii sou eu, tive de mudar de nick para estar na moda^^):

Panda do Hawaii
Pessoal de Densidade Quark 5
Pessoal de Densidade Quark 5


Basicamente funciona assim, pessoal que engonhe online noite dentro até de madrugada, ganha uma espadinha e sobe o nível de malta da pesada. Sentido-me lesada pelo facto de ter vida que não permite tais abusos, institui (melhor: insisti alarvemente que fosse instituído) o nível "Pessoal de Densidade Quark" para quem por lá marque presença até às 7h30 antes de mais um dia de labuta. Como os outros, os noctívagos, têm direito a espadinhas, pessoal de densidade quark tem direito a Espadinhas, com "E", maiúsculo. Ou seja: pequenos Víctor Espadinhas. Densidade quark é mesmo assim.

Indignada com a não aposição do sexto Espadinha pelo dia de ontem, fui informada pela administração do dito tasco que o nível máximo é o 5.º!

Moral da história: posso não estar na minha melhor forma, mas continuo jedi.

Agora a sério: volto daqui a uns dias que mal posso suportar o brilho do monitor nos olhos. =\

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Das Pandemias V

Afinal é capaz de haver alguém que, por estes dias,esteja a ser fustigado por mais dores de cabeça do que eu.

Só que pronto, eu uso o cinto de segurança. Ou seja, é injusto que eu continue a alimentar-me à base de Brufen. --'

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Das Pandemias II

Sou bem capaz de ter gripe. Ou melhor, penso que serei bem capaz de estar a encubar uma dessas virulências muito em voga por estes dias, vai para metade de uma semana, ou coisa que o valha.
A cena tem mostrado avanços e retrocessos. Ora mirra como as percentagens do PS nas sondagens pós-Europeias, ora floresce como o nº de negativas permitidas no trânsito para o nível de ensino seguinte aos jovens pupilos da nação.

Hoje pela manhã estava okayzinha Q.B.. Ao início da tarde ainda melhor. Depois, 1h30 de viagem sob a acção de um maldito ar condicionado deu cabo de mim!

Abomino ares condicionados! Excepto quando dão quentinho, quando está frio.
O calor deste ano é tão pujante como a agricultura tuga. Para que raio precisa esta gente de ares condicionados?! Julgam que são os pinguins no Zoo?!
Tenho andado todos os dias de blazer (daqueles próprios para a meia estação) e nem por isso me tenho sentido cheia de calor.

Aliás, eu tenho uma teoria sobre estes surtos de gripe: têm de facto a ver com pitos e porcalhanices, porque se devem à falta de agasalho que púberes e adolescentes ostentam por estes dias, na ânsia de conquistar o mundo com a visibilidade de uns cm's de pele. A sério.

Ou então estou é com um bocado de febre, que é o mais certo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Da Taxonomia II

Gripe mexicana: OMS já declarou nível 5 de alerta

Ai agora somos todos hiper-sensíveis à palavra "suíno", é?!
Para mim H1N1 é Gripe Suína.

Gosto de febras de porco, miolos de porco, costeletas de porco, chispe, orelha de porco, e até já afinfei couratos no futebol (mas tive de os cuspir que aquilo é nojento demais). Presunto também é véri náice.
Estas merdas de eufemizar designações para não ferir susceptibilidades religiosas são tão absurdas como o clima nestes últimos dias.

Gripe mexicana não. Telenovela do politicamente correcto, talvez.

Hellouzes (como diz o outro)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Das Pandemias


De gente doente está o mundo cheio. Ou quase tanto como Portugal de lés a lés com outdoors do Vital Moreira, vá...
Gosto dos programas noticiosos quando há surtos destes. A notícia é só uma: há gente infectada com o vírus x. Mas depois há toda uma complexa rede entretecida (ou entristecida?) nas mais variadas repercussões da existência da doença. Se há pouco se contabilizavam os comedores de tacos que fizeram hi5 à morte, agora já se estabelecem dados comparativos entre o tráfego aéreo actual e o registado pelo mesmo período do ido ano, reportagens intermináveis com entrevistas a gente estranha saída de um avião... epah! Um regabofe jornalístico memorável!
Mas a verdade é que aquilo cansa à brava. Tipo Jornal Nacional de Sexta só que sem os momentos de pura comédia entre aqueles trabalhos jornalísticos que fazem da morte por inalação de areia algo apetecível. E cansa tanto que já nem tenho energias para a esta hora estar a ver o Avô Cantigas, aquele senhor agitado que fala de peito inchado como o Vasco Santana no overacting (passo o pleonasmo), aquela senhora mui estridente do PCP e aquele tipo que é irmão de duas Catarinas (da Portas e da Deneuve). Não é que fosse esclarecer-me por aí além... Ainda assim: as pandemias cansam que se fartam!