quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Das Preciosidades

 

«Precious», de Lee Daniels, tem o seu quantum de preciosidade. Há ali momentos muito, muito, bons. A primeira vez que Precious (Gabourey Sidibe) participa numa aula, o relato que a inclassificável mãe (Mo'Nique, num registo impressionante e oscarizável à brava) faz do historial de barbárie moral e física que povoaram quase toda a existência de Precious, e talvez um ou dois mais.
A aposta fabulesca é que funciona um pouco ao contrário. Ao invés de fantasia emergente da imensidão da humanidade e força sobrenaturais de Precious, sabem a colagens artificiais para adoçar o amargo de boca que primariamente se quis exibir para chocar.

Ainda assim, não será demais saudar obras medianas, perfeitamente justificadoras do tempo que se perda a vê-las, emitentes de mensagens vagamente melhores do que «o mundo é bué da mau, ah, as merdas e as cenas existenciais, topem-me só esta treta super abstracta e presunçosa que ora vos apresento aos sentidos, ya, tipo tás a ver, meu?, isto é o cinema-ensaio, intelectual e assim, alta cena, ah!, e não é americano nem nada, por isso é logo do melhor que há... isso sente-te esterqueiroso e animal, é essa a tua condição, isso, corta os pulsos».

Mariah Carey era perfeitamente dispensável. Embora haja sido um regalo poder confirmar que é mostrenga sem as toneladas de merdúcias que aplica para o disfarçar. =p

Não ganhará a estatueta de melhor filme, mas Mo'Nique é senhora para não voltar a casa de mãos vazias.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Das Manifestações de Apoio

Isso de o Mário Crespo aproveitar o momento de ribalta para se vitimizar, não sei. Nestes dias ando mui ralada com a minha vida e a de mais dois ou três seres pelos quais nutro elevado apreço (sobretudo porque gosto de estar em paz e não ser acossada por sentimentos de culpa, daqueles que atacam quando se pensa «eh pah, se eu não fosse uma besta teria feito mais por fulano/cicrano [riscar o que não interessa]») e não consegui ver mais do que a pornografia da desgraça com as reportagens da Madeira.

De Mário Crespo, pouquinho ou quase nada.

Ainda assim, vi algures referências a isso. Julgo que o director do JN. Podia googlar a cenas por vez de me pôr a bitaitar. Mas não me apetece. Tenho preguiça.


De todo o modo sou bastamente clubista. E se para mim o Mário Crespo é o único jornalista que não me apetece encher de pancada por me irritar solenemente com leituras do teleponto capazes de fazer a Maria João da minha turma da 2.ª Classe - um dia escreveu numa ficha de avaliação que a maior transportadora aérea portuguesa era a escola... [épico] - uma oradora magnífica, e só por isso merece todo o meu apoio.

Pensei em compor uma melopeia para assinalar o facto. Mas de acordo com a última opinadela recolhida sobre as minhas apetêcnias e possibilidades musicais, não vou além de um programa ranhoso para brincar às chinadelas de ouvidos. E logo eu que me sentia a digna destronadora dos fab4. Catano! Ou então não.

O melhor da música é haver malta alheia que a faz. E no mesmo grau de bom, internet para a encomendar. Então quando é marada dos cornos e tem vídeo a condizer: perfeitinho que nem um ataque terrorista com snipers munidos de balas paintball a invadir a AR no 25 de Abril*. Podem começar pelo tacanho miserabilista que adora apresentar-se sem cravo ao peito.

Onde é que eu ia? Ah, queria só postar este vídeo:



*Caso esteja interessado em levar tal ideia aos magnos terrenos da concretização e os direitos de autor o fizerem vacilar, tem o meu aval bem como palavra dada quanto à minha não arguição de direitos de autor sobre a iniciativa. Vá com Deus! E um bem haja pela vitalidade democrática.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Do (Almost) Lost In Translation

O mítico Tiago, deste vídeo memorável, já é um nosso velho conhecido. Mas há aqui algo que pretendo destacar na linkada obra audiovisual, o detalhe para o qual este belo comentário (presente na página do Youtube que aloja essa curta metragem 100% oscarizável) :

 

Eu sou romba de ouvido. Até para as músicas em tuga preciso de lyrics, senão passa-me ao lado metade. E talvez por isso admire tanto  esta prova de audição tísica. Ou então é mesmo só pelo facto de me ter rido que nem perdida à pála do conteúdo.

Das Malhas Para o Grande Écran


O mui aguardado «Alice In Wonderland» do Senhor Tim Burton já por aí não tarda. Por isso, agora quase todos os dias pulam de encontro aos nossos sentidos novos detalhes da vindoura obra.

Embora não esteja particularmente empolgada com certos e determinados nomes constantes na ost - como Avril Lavigne ou All-American Rejects - certo é que, cabendo os The Cure na categoria «bandas cuja produção apreciaria, não fossem uns lyrics fracotes e pouco imaginativos», esta bela cover do Robert Smith, anunciada antes de ontem no Pitchfork, me deixou bastamente satisfeita^^

Robert Smith - "Very Good Advice"

Agora venha daí o filme!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Das Ideias Que, Só Por Mero Acaso, Andam Longe de Ser Geniais

Acabo de comprar uma rifa de Páscoa. Tem o simbólico preço de «0,50 amêndoas». Ah Ah --'

Mas na realidade, obviamente que desembolsei € 0,50. É lá da escola da minha futura concorrente sucessória, quando um dia ficar órfã de mãe.

O primeiro prémio é um cabaz de Páscoa. O quer que isso seja.
O segundo é um cheque-prenda. Só não se sabe se é de € 2,50 no «De Borla» ou € 1.500,00 numa funáque. Palpita-me que a primeira possibilidade ande mais próxima das efectivas possibilidades de sorteio.
O terceiro prémio é uma pen-drive. Mais uma vez, nada se diz quanto à capacidade. Tanto pode ser uma de 0,5Gb com o logotipo do «WC Pato», como uma de 16Gb, com um logotipo da «Dharma Corporation».

A rifa que adquiri tem o n.º 0502. É mais provável que o Alberto João se porte civilizadamente do que eu ganhar algum dos prémios. Mas enfim, é este o preço de quem tem menores a seu encargo, nem que seja só moralmente.

Agora relativamente à parte interessante da cena: a data do sorteio é o dia 26 de Março. Sim, de 2010.
E sendo ela exactamente a mesma que a das eleições internas do PSD... lembrei-me que, dado aquele partido ser um saco de gatos autofágico - bem sei que as duas metáforas habituais, conjugadas, ficam estranhas... ainda assim não resisto ao uso «ao par» - não seria melhor instituirem eleições através de rifas?

Estimada ovelha do rebanho social-democrata, se por acaso veio a este tasco, ao engano ou não, leve esta genial ideia à consideração da sua agremiação política.
Bem haja!

Das Obras dos Mestres Intemporais

É de facto um Woody longe do nível Match Pointiano. O registo também é mais leve, numa quase alusão ao «Manhattan», embora este se encontre demasiado longe e, possivelmente, só pelo inconsciente e sinuosidades da mente de Woody Allen haja deambulado.

Aqui temos um Larry David com um feitio impossível, marado dos cornos até à medula, céptico e misantropo. Não há subtilezas nem intenção delas. As hilariedades tomam lugar numa espiral nonsense à boa moda do Mestre Woody, e, contas feitas, temo-lo de novo em NYC. E a um nível aceitável.

Sei perfeitamente que, se acaso o filme fosse de outro qualquer, não o designaria «3 estrelas e meia». Mas sendo ele de quem é, afinfa a nota positiva e mais meia para ficar melhor visto. Nisto dos realizadores fetiche sou um bocado beta, atento em demasia às marcas.

E o pior é que o faço com toda a cagança.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Dos Agastamentos Cromos

Eu curto Bolicao. Há quem coma «Bolicao-cao-cao», mas eu curto mesmo é o Bolicao.

De facto já não tem o bom sabor de outros tempos, e o pão parece saído do cesto de uma mesinha de restaurante chunga. Ainda assim, tem a sua mítica.

Como se isto não bastasse, dá sempre brinde. Ou quase sempre. Agora andam a saír uns autocolantes com animais.

*voz aleixiana, num lento abanar de cabeça*
Cães, gatos, rataria doméstica, coelhinhos daqueles que não são para fritar ou fazer arroz...

Não há caderneta. Acho eu. Mas eu sempre quis os autocolantes para os colar nos cadernos.

Desta idade já não uso cadernos diários, que não ando na escola. Mas ando sempre com uma sebosidade pautada onde afinfo toda a espécie de anotações e demais merdas. Por exemplo, hoje vou fazer um recorte da imagem wtf da página 2 d'«A Bola»* e colá-lo no caderno que ora trago «ao uso» - esta expressão é mimosa. Nesse mesmo caderno tenho variados cromos do Bolicao, colecção «Os Meus Animais de Estimação». Estão colados na parte de trás da capa. Que não é contracapa. Essa é a parte de trás do caderno. Tipo o rabo do caderno, por assim dizer.

Mas tenho aqui dois, sendo um deles de um gato bem náice - British Shorthair - e o outro de um cão que dispensaria ter - Scotish Terrier -, que estão manchados pela gordura do próprio Bolicao. Já vinham focks.

E isto é frustrante. Porque sem os autocolantes o Bolicao é um pobre concorrente de outra bolaricada embalada para durar uma semana ou nem isso. Perdeu as virtudes dos early 90's. E ainda por cima avacalhou no tratamento dos brindes.

Triste.

*Agradecimentos à Côca, que até enviou mms numa vã tentativa de partilhar a pérola comigo. [O meu telemóvel tem a recepção de mms's meia desconfigurada.]

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Das Sugestões II

Como hoje é dia de S. Valentim, e os corações apaixonados não vivem só das belas das ternuras carnais e falinhas doces, haja cinema.

E a sugestão que deixo é uma sessão dupla:


&


sábado, 13 de fevereiro de 2010

Da Intolerância

Há uns tempos, depois da indignação tuga contra um certo vídeo protagonizado por uma certa actriz zuka, em que a mesma «gozava» com o povo que colonizou o seu país, a desgraçada veio pedir desculpas. E mais não seria de esperar. O nosso ferido orgulho tinha direito a severas retracções.

Eu também me indignei. Sobretudo por ser brasileira. E actriz de telenovelas.

Mas, quando vejo o «Nós Por Cá», não reconheço naqueles tons dos jornalistas menor bimbice. Será que a ridicularização resulta assim tão bem?! Ou eles podem por ser tugas também?

Gostava de ver as reacções ao programa se chamassem a Maitê Proença para o apresentar e fazer as reportagens.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Das Oportunidades Para Sempre Perdidas

Dados os meus atributos de trambolhice q.b., pouco ou nenhum apetite para o cansaço, pés e mãos voltados para doca (sempre a meter água) e preguiça generalizada, aulas de educação física sempre foram objecto de todo um historial de evicções. Ora astuciosamente negociadas, ora práticas 100% contrariadas, tentando fazer tudo mal até alguém me designar «suplente».

Além das condições naturais descritas, não apreciava descalçar as Dr. Martens e andar a correr feita parva dentro de um ginásio a cheirar a sovaco adolescente. Uns envergavam cores garridas e t-shirts com propaganda a whiskeys, detergentes para lavar roupa, lojas de electrodomésticos e cenas. Outros aproveitavam para exibir sapatilhas especiais de corrida (na realidade eram de basket) que um tio emigrado nos EUA tinha mandado pelo Natal ou bolas feitas de materiais que «ah e tal, bué da caro!».

Uma labreguice inútil. Todas aquelas aulas.

Mas tudo poderia ter sido bem diferente para mim. Se a Adidas tivesse concebido este belo modelo a tempo da minha glorificação geek desportiva.


E a história do desporto teria sido bem diferente...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Das Novidades



Fiz uns quantos page loads mas, até agora, nada de Buzz.

Tenho impressão de que há um jogo parvo com esse nome, Buzz. E o irmão gordo, feio e mau do Macaulay Culkin no «Home Alone» também se chamava Buzz. Sim. Com dois zês. À boa moda dos ZZ Top. Aqueles com barbas Looney Tunes e guitarras isóscelianas com uma reentrância à Fialho Gouveia mas à brava e a traço direito. O quer que isso seja numa guitarra, é aquilo.

Vou masé visionar Mad Men até o sono dar cabo de mim. Espero ter sonhos menos inquietos do que aqueles que o gato está a ter aqui ao lado. Está meio aos esticões. Deve estar a sonhar que cospe uma bola de pêlo enquanto tenta caçar o reflexo de um espelho numa parede.

Ele lida mal com prioridades.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Do Sacrossanto Ensino Público

Hoje o «i» dá conta de que há cada vez mais colégios e escolas privadas cujas propinas não são pagas por pais que se viram sem os habituais recursos económicos.

De facto, transferir uma criança do ensino privado para o ensino público, pode ser um choque elevado, quiçá fonte de traumas futuros. Na escola, como na família, criam-se laços, alianças, territórios, ódios de estimação, etc. E cada ecossistema escolar é delicado. Se mudar de escola no termo de um ano lectivo e antes do início do segundo é uma alteração profunda na vida de uma criança ou adolescente, mais ainda o será durante o próprio ano lectivo.

Dito isto, certo é que na bela nação em que vivemos, se criou o cultozinho dos betinhos priveligiados nas escolas e colégios do sector privado. Subtraídos à convivência com os putos ranhosos que às vezes não têm o livro de texto porque os pais «ainda não receberam», que almoçam graças à acção social escolar, andam mal vestidos e até sujos, têm maus modos, são tendencialmente problemáticos e danados de manter sossegados. Enfim, os filhos do povacho. Aquele que não anda a ganir porque o leasing do SUV vai de vela, já não há férias no estrangeiro e visa para pagar as farpelas com etiquetas que significam «produto carote».

O povacho, remediado e com um futuro tão risonho como o Ramalho Eanes, sempre mandou os seus filhos para a sacrossanta Escola Pública. Com todos os seus defeitos e virtudes. Simplesmente por não haver guito para mais, acredito. Mas foi nessas escolas que muitos desses petizes se fizeram homens e mulheres melhores do que os seus pais. Porque ainda há professores que fazem a diferença. Porque na escola pública, apesar de tudo, se tratam de forma mais igual as pessoas. Duvido que os filhos do povacho se dessem bem em colégios privados.

Já os meninos dos colégios privados, filhos de pessoas que, contra todas as expectativas, se nivelaram economicamente com o povacho, parecem querer ser poupados pelos seus pais e educadores ao triste fado da frequência do ensino público.

É nisto que os priveligiados se distinguem do povacho: este, quando não tem, não finge que tem. Não estica a corda até à humilhação. Aprende a viver sem aquilo que não pode ter e sabe ser feliz na adversidade.

Porque a refeição social e a escola pública são um bem inestimável, invista-se e revalorize-se o que é público, de todos nós. Que as crianças dos pobres dignos, se acaso tiverem alguns dos professores que tive a sorte de encontrar do outro lado da sala, serão felizes na magreza orçamental e gente adulta que jamais manteria um filho numa escola privada cujas propinas não pudesse pagar pontualmente.

Dos Tascos (e Clubes)


A partir de hoje, o projecto Clube Amigos Disco, do qual são membros algumas pessoas por quem nutro suprema estima, tem tasco oficial.

Por isso, se me voltarem a calhar cenas aborrecidas de ouvir, basta fazer uma denúncia anónima ao blogger.

[E sim, este post é bem capaz de ter associada basta fundamentação existencial na minha vontade de postar o logo que o Silva fez para o CAD^^ ]

Das Adivinhas

No vídeo que se segue, onde está aquela Sr.ª que, de joelhos na via pública, num grito guerreiro de desespero pela nobre causa de elevar Canas de Senhorim a concelho, brada perante os agentes da GNR (a.k.a. shôres guardas) e câmaras das televisões:

«Isto é um Timor autêntico!»

?






Cordiais agradecimentos à Carlota ;)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Das Deprimências do Admirável Mundo Novo

Sim, passar demasiado tempo online é cena para deprimir qualquer optimista.

Claro que, comparativamente à tv (e desafio qualquer leitor a, neste exacto momento - 12h14 de Sexta-Feira - sintonizar a tv na RTP, SIC ou TVI) a internet ainda não atingiu qualquer estatuto blitzkrieguiano sobre a saúde mental.

Sim, há o Hi5. E os chats sopeirões. Fóruns lamentáveis. E um número exponencial de bloggers que deveriam ser tratados por profissionais psiquiátricos... Cof! Cof!
Mas qualquer programa de entertainment para pensionistas, apresentado por gente histérica, constitui ameaça maior à saúde mental do que o mais mefistofélico dos sites, às mãos do mais intratável case studie das internétes.

Eu rio que me farto quando estou online. É aliás o meu recreio pessoal. Um substituto daquele período de tempo maravilhoso que a meio da tarde e da manhã me concediam para brincar, ao tempo da minha frequência do ensino primário.

Acho que estou deprimida por não estar deprimida com a net.

Das Afrontas II

Depois da desilusão que foi a adaptação ao cinema, espero bem que não lembre nem ao Diabo a ideia de um «Watchmen 2».

Porém, já por aí circula o rumor. O Diabo já foi um monopolista na vanguarda do horror. Agora está para a malevolidade no mesmo patamar que as séries de vampiros das tv's tugas para os filmes da Twilight Saga - igualmente ruim, mas um profundo embaraço técnico e económico.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Das Quintas-Feiras

Hoje é Quinta-Feira. E as Quintas tendem a albergar ocorrências lamentáveis na minha existência.

Esta não fugiu à regra. Foi um dia ruim à brava. E a melhor parte é estar a poucas horas de terminar.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Das Subscrições


Sobre a polémica em torno do artigo não publicado de Mário Crespo, da sua saída do JN e dos acontecimentos na base de todo o episódio (uma amena cavaqueira de maldizer, tendo como pano de fundo uma cruzada anti-media a levar a cabo por certos e determinados governantes evidentemente incomodados com opiniões divergentes), o Sindicato dos Jornalistas emitiu o seguinte comunicado:

«Tendo tomado conhecimento do teor de um artigo do jornalista Mário Crespo, difundido hoje no sítio do Instituto Sá Carneiro na Internet e replicado por vários órgãos de informação na Rede, aludindo ao teor de uma conversa entre o primeiro-ministro, dois ministros e um executivo de um operador de televisão, durante a qual o nosso camarada terá sido objecto de referências desprimorosas e ofensivas, e tendo sido instada a pronunciar-se sobre o caso, no dia 1 de Fevereiro, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas torna desde já público:

1.A ser comprovado o seu teor, a conversa referida é profundamente condenável, não apenas pelas expressões desprimorosas para a pessoa e para o profissional, mas também por alimentar a suspeita de que o Governo persegue os jornalistas, os serviços noticiosos e os órgãos de informação que não são do seu agrado.

2.Reconhecendo-se o direito de opinião sobre o desempenho dos órgãos de informação e dos jornalistas, não se pode aceitar o recurso a expressões susceptíveis de atentarem contra a honra e a dignidade dos visados ou que constituam uma ameaça – mesmo velada – ao seu futuro profissional.

3.As expressões alegadamente utilizadas não podem ser empregues por pessoas de bem e muito menos são aceitáveis na boca de titulares de altos cargos, pelo que, a confirmarem-se, se impõe uma retractação pública das pessoas que as tenham proferido.»

E são estas as palavras que ora se subscrevem. Que por estes lados desconfia-se muito de tudo quanto exale o fétido odor da perseguição aos media. E não se perde um «jornal das 9» quando a oportunidade dá aval.

Da Mediocridade (Reinadia)


A Dreia deixou por aqui linkagem para os Razzies. Apesar de não ter visto qualquer das obras nomeadas, não podia deixar de evidenciar a lista. A bem dos aplausos à mediocridade =p

Ainda assim não será demais assinalar as nomeações para a principais categorias:


WORST PICTURE OF 2009

All About Steve
G.I. Joe: The Rise of Cobra
Land of the Lost
Old Dogs
Transformers: Revenge of the Fallen


WORST ACTOR OF 2009

All Three Jonas Brothers, Jonas Brothers: The 3-D Concert Experience
Will Ferrell, Land of the Lost
Steve Martin, Pink Panther 2
Eddie Murphy, Imagine That
John Travolta, Old Dogs


WORST ACTRESS Of 2009

Beyonce, Obsessed
Sandra Bullock, All About Steve
Myley Cyrus, Hannah Montana: The Movie
Megan Fox, Jennifer’s Body and Transformers: Revenge of the Fallen
Sarah Jessica Parker, Did You Hear About the Morgans?


WORST SUPPORTING ACTRESS OF 2009

Candice Bergen, Bride Wars
Ali Larter, Obsessed
Sienna Miller, G.I. Joe
Kelly Preston,Old Dogs
Julie White (as Mom), Transformers: Revenge of the Fallen


WORST SUPPORTING ACTOR OF 2009

Billy Ray Cyrus, Hannah Montana: The Movie
Hugh Hefner (as himself), Miss March
Robert Pattinson, Twilight Saga: New Moon
Jorma Taccone (as Cha-Ka), Land of the Lost
Marlon Wayans, G.I. Joe


WORST DIRECTOR OF 2009

Michael Bay, Transformers: Revenge of the Fallen
Walt Becker, Old Dogs
Brad Silberling, Land of the Lost
Stephen Sommers, G.I. Joe
Phil Traill, All About Steve


WORST SCREENPLAY OF 2009

All About Steve, screenplay by Kim Barker
G.I. Joe: The Rise of Cobra, screenplay by Stuart Beattie and David Elliot & Paul Lovett, based on Hasbro's G.I. Joe Characters.
Land of the Lost, written by Chris Henchy & Dennis McNicholas, based on Sid & Marty Krofft's TV series
Transformers: Revenge Of The Fallen, written By Ehren Kruger & Roberto Orci & Alex Kurtzman, based on Hasbro’s Transformers Action Figures
Twilight Saga: New Moon, screenplay by Melissa Rosenberg, based on the novel by Stephenie Meyer

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Das Revelações VI


Reveladas as nomeações, o panorama é o seguinte:

Melhor Filme
Up
Up In The Air
Avatar
The Blind Side
District 9
An Education
The Hurt Locker
Inglourious Basterds
Precious
A Serious Man

Melhor Realizador
James Cameron por “Avatar”
Jason Reitman por “Up In The Air”
Kathryn Bigelow por “The Hurt Locker”
Quentin Tarantino por “Inglourious Basterds
Lee Daniels por “Precious”

Melhor Actor
Jeff Bridges por “Crazy Heart”
George Clooney por “Up In The Air”
Colin Firth por “A Single Man”
Morgan Freeman por “Invictus”
Jeremy Renner por “The Hurt Locker”

Melhor Actriz
Sandra Bullock por “The Blind Side”
Helen Mirren por “The Last Station”
Carey Mulligan por “An Education”
Gabourey Sidibe por “Precious”
Meryl Streep por “Julie & Júlia”


Melhor Actor Secundário

Matt Damon por “Invictus»
Woody Harrelson por “The Messenger»
Christopher Plummer por “The Last Station»
Stanley Tucci por “The Lovelly Bones”
Christoph Waltz por “Inglourious Basterds”

Melhor Actriz Secundária
Penélope Cruz por “Nine”
Vera Farmiga por “Up In The Air”
Maggie Gyllenhaal por “Crazy Heart”
Anna Kendrick por “Up In The Air”
Mo’Nique por “Precious”

Melhor Argumento Original
“The Hurt Locker” - Mark Boal
“Inglourious Basterds” - Quentin Tarantino
“The Messenger” - Alessandro Camon e Oren Moverman
“A Serious Man” - Joel Coen e Ethan Coen
“Up” - Bob Peterson e Pete Docter

Melhor Argumento Adaptado
“District 9” - Neill Blomkamp and Terri Tatchell
“An Education” - Nick Hornby
“In The Loop” - Jesse Armstrong, Simon Blackwell, Armando Iannucci, Tony Roche
“Precious” - Geoffrey Fletcher
“Up In The Air” - Jason Reitman e Sheldon Turner

Melhor Longa-Metragem de Animação
“Coraline” de Henry Selick
“The Fantastic Mr.Fox” de Wes Anderson
“The Princess and the Frog” - John Musker and Ron Clements
“The Secret of Kells” de Tomm Moore
“Up” de Pete Docter

Melhor Filme de Língua Estrangeira
“Das Weisse Band” - Alemanha
“Un Prophète” - França
“The Milk of Sorrow” - Peru
“Ajami” - Israel
“El Secreto de Sus Ojos” - Argentina

Melhor Direcção Artística
Avatar
The Imaginarium of Dr. Parnassus
Nine
Sherlock Holmes
The Young Victoria

Melhor Fotografia

Avatar
The Hurt Locker
Harry Potter and the Half Blood Prince
Inglourious Basterds
Das Weisse Band

Melhor Guarda-Roupa
Bright Star
Coco Avant Chanel
The Imaginarium Of Dr. Parnassus»
Nine
The Young Victoria

Melhor Montagem
Avatar
District 9
The Hurt Locker
Inglourious Basterds
Precious

Melhor Caracterização
Il Divo
Star Trek
The Young Victoria

Melhor Banda-Sonora Original
“Avatar” - James Horner
“The Fantastic Mr.Fox” - Alexandre Desplat
“The Hurt locker” - Marco Beltrami e Buck Sanders
“Sherlock Holmes” - Hans Zimmer
“Up” - Michael Giacchino

Melhor Canção Original
“I’m Almost There” (The Princess And The Frog)
”Own in New Orleans” (The Princess And The Frog)
”Doin de Paname” (Paris 36)
“Take It Al”l (Nine)
“The Weary Kind” (Crazy Heart)

Melhores Efeitos Sonoros
Avatar
The Hurt Locker
Inglourious Basterds»
Star Trek
Up

Melhor Som
Avatar
The Hurt Locker
Inglourious Basterds
Star Trek
Transformers – The Revenge Of The Fallen

Melhores Efeitos Visuais
Avatar
District 9
Star Trek

Melhor Documentário - Longa-Metragem
Burma VJ
The Cove
Food, Inc.
The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers
Which Way Home

Melhor Documentário - Curta-Metragem

China’s Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province
The Last Campaign of Governor Booth Gardner
The Last Truck: Closing of a GM Plant
Music by Prudence
Rabbit à la Berlin

Melhor Curta-Metragem de Animação
French Roast
Granny O’Grimm’s Sleeping Beautyl
The Lady and the Reaper (La Dama y la Muerte)
Logorama
A Matter of Loaf and Death

Melhor Curta-Metragem de Imagem Real
The Door
Instead of Abracadabra
Kavi
Miracle Fish
The New Tenants

Tal como esperado, a pária «Avatar» segue com 9 nomeações. Embora as de ordem técnica pouco ou nada me aflijam.
Mas, inesperada e agradavelmente é igual a marca de «The Hurt Locker». E note-se que este conta com actor e argumento original na lista. Categorias com as quais «Avatar» nem sequer poderia sonhar.
«Up In The Air» também por ali anda em bom registo. É um bom filme e assim o merece.
Por fim, as interpretações de Morgan Freeman e Matt Damon, às quais a nomeação faz justiça, já que a vitória de qualquer um deles me parece altamente improvável.

O único vencedor automático que aponto será Christoph Waltz. Se o Oscar lhe escapar então é porque Deus voltou a caír em desnorte.

Das Revelações Iminentes


Falta um par de horas para que a Academia venha a público com a lista dos nomeados para 82.ª edição dos Oscars.

A grande novidade deste ano será o número de nomeados para a principal categoria, tantos quantos os homens em jogo numa partida de futsal. Não sei bem qual será a ideia destas alterações parvas.

No ano passado, trocou-se a bela e elegante exibição de um trecho da representação dos actores nomeados por um arraial de declarações bimbas e sopeiras feitas por uma cambada de gente (outros actores) do palco para a plateia. Ou assim me pareceu, já que pela primeira vez em muitos anos não fiquei a ver o directo até de madrugada. E em boa hora o fiz.

Não sei se tal formato será repetido este ano. Espero que algum bom senso regresse às mentes daquela mitrada.

Este ano talvez me dê ao trabalho de perder algumas horas de sono. Afinal o Senhor Baldwin será co-host. Se bem que aturar o deprimente Steve Martin, cuja piada ficou retida algures nos 80's (isto somente no cenário de tal realidade haver de facto tomado lugar), seja degredo suficiente para repensar a programação. Dia 7 de Março logo me decidirei...

Entretanto, e sobre as vindouras nomeações, terei de aturar os nervos com que ficarei perante as probabilíssimas nomeações de Avatar. Não só para as merdas e cenas técnicas, relativamente às quais não tenho grande opinião, já que disso não percebo nadinha, mas também para mehor filme e melhor realizador, coisas que me ofendem bastamente.

Há uns anos tive de suportar a glorificação de um projecto ao qual só reconheço a virtude de ter sido caro: Titanic. Agora volta o mesmo gajo com uma pretensiosidade imbecil, ostatentando a mesma grandeza de triste e lamentável. E eis que a paciência começa a escassear por estas paragens.

Por mim o «The Hurt Locker» ganhava. Tanto a realização como a categoria de melhor filme. Mas isto de anunciar predilecções quando ainda não se viu nem 1/3 dos prováveis nomeados, é quase tão parvo como nomear quase meia dúzia de títulos para que o mesmíssimo arrecade o prémio.

Dos Ódios de Estimação


Surpresa! Choque! Estupefacção! Não é que o Sr. Steve Jobs também tem ódios de estimação! A Adobe merece todo o fel que se lhe possa dedicar. Já a Google, a sacrossanta Google, parece-me mais dor de cotovelo.

É que se Jobs aponta fundamentos de ordem técnica à Adobe, à Google mostra-se simplesmente arreliado com a concorrência àquele gadget bimbo que calha a ser o iPhone. Temos pena.

A propósito de ódios de estimação, o meu é à Apple. A glorificação do capitalismo. Se não se socorresse de um design atractivo à vaidade dos abastados, duvido muito das possibilidades de mercado da apelidada «empresa mais sexy do momento».

Então a monopolização dos dispositivos portáteis aptos para scroblar no last.fm anda mesmo a pedir uma moratória aos valores da Amnistia Internacional. --'

Dos Discos 2010 (+ Devaneios Respectivos)


Por estes dias roda com assiduidade q.b. cá pelo tasco o belo álbum de estreia dos Surfer Blood - editado já este ano e actualmente #3 no meu ranking de discos 2010. [Sim, achei por bem seguir o exemplo do Silva e tratar de compor a lista durante o ano ao invés de andar todo o Dezembro à procura de post-its e cadernos sebosos, picando discos às dezenas na vã tentativa de recordar alguma coisa do impacto sonoro de uns meses antes.]

Para quem deseje discos de solarengo e desprensioso surf rock, indiezado nos momentos certos, é ouvir o jeitoso «Astro Coast».

E, já agora, quando chegarem à 4.ª faixa, a «Harmonix», vejam lá se o início não vos recorda a «Neighborhood#2(Laika)» dos Arcade Fire.

Bem sei que ando com estas manias de ver similaridades entre demasiados itens. Mas pode ser que passe quando o tempo aquecer.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Dos Sósias


Ontem vi a nova comédia dramática dos Coen Bros.. E antes de me sair com dissertações sobre o filme «A Serious Man», coisa a que somente após uma salutar distanciação temporal entre a visualização e a bitaitada correspondente aprecio proceder, quero aproveitar o tasco para desabafar.

Durante todo o filme tive o sinistro feeling de o protagonista (Larry Gopnik) estar ser interpretado por Bradley Withford e não pelo ilustre semi-desconhecido Michael Stuhlbarg. Obviamente que parte considerável da causa de tal fenómeno será o facto de o shô Bradley me ser bastante familiar graças à sua presença em cento e muitos episódios da minha série de eleição. Ainda assim, além de o Stuhlbarg estar caracterizado de uma forma idónea à confusão com o Withford, tem expressões e entoações vocais que se aproximam inquietantemente do outro indivíduo.

Há uns dias o Pedro Bala disse-me que viu uma gaja igualzinha a mim. Eu, dadas as minhas feições pouco prováveis em mais alguém (tenho a cabeça demasiado pequena e a cara redonda como uma bolacha «Maria»), levo a mal a atribuição de sósias. Acho que só alguém muito, demasiadamente, hospedeiro de percentagem alcoólica na corrente sanguínea me poderá confundir com mais alguém.

Mas depois do episódio de ontem, em que era capaz de jurar que um gajo quase 10 anos mais novo do que outro só podia ser este tal gajo, e atendendo ao facto de que o mais próximo que estive de fontes alcoólicas foi de um Mon Chéri a ser mastigado pela minha mãe, não sei. Talvez haja por aí mais uma ou duas moças em idade casadoira com cara de círculo trigonométrico e cabeça pouco adequável a gorros para adultos.

Saia daí um Wulff para mesa 50!

Das Estatísticas Sonoras

Ora então parece que calha a ser este o espectro das minhas preferências musicais: