quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Das Subscrições
Sobre a polémica em torno do artigo não publicado de Mário Crespo, da sua saída do JN e dos acontecimentos na base de todo o episódio (uma amena cavaqueira de maldizer, tendo como pano de fundo uma cruzada anti-media a levar a cabo por certos e determinados governantes evidentemente incomodados com opiniões divergentes), o Sindicato dos Jornalistas emitiu o seguinte comunicado:
«Tendo tomado conhecimento do teor de um artigo do jornalista Mário Crespo, difundido hoje no sítio do Instituto Sá Carneiro na Internet e replicado por vários órgãos de informação na Rede, aludindo ao teor de uma conversa entre o primeiro-ministro, dois ministros e um executivo de um operador de televisão, durante a qual o nosso camarada terá sido objecto de referências desprimorosas e ofensivas, e tendo sido instada a pronunciar-se sobre o caso, no dia 1 de Fevereiro, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas torna desde já público:
1.A ser comprovado o seu teor, a conversa referida é profundamente condenável, não apenas pelas expressões desprimorosas para a pessoa e para o profissional, mas também por alimentar a suspeita de que o Governo persegue os jornalistas, os serviços noticiosos e os órgãos de informação que não são do seu agrado.
2.Reconhecendo-se o direito de opinião sobre o desempenho dos órgãos de informação e dos jornalistas, não se pode aceitar o recurso a expressões susceptíveis de atentarem contra a honra e a dignidade dos visados ou que constituam uma ameaça – mesmo velada – ao seu futuro profissional.
3.As expressões alegadamente utilizadas não podem ser empregues por pessoas de bem e muito menos são aceitáveis na boca de titulares de altos cargos, pelo que, a confirmarem-se, se impõe uma retractação pública das pessoas que as tenham proferido.»
E são estas as palavras que ora se subscrevem. Que por estes lados desconfia-se muito de tudo quanto exale o fétido odor da perseguição aos media. E não se perde um «jornal das 9» quando a oportunidade dá aval.