Dados os meus atributos de trambolhice q.b., pouco ou nenhum apetite para o cansaço, pés e mãos voltados para doca (sempre a meter água) e preguiça generalizada, aulas de educação física sempre foram objecto de todo um historial de evicções. Ora astuciosamente negociadas, ora práticas 100% contrariadas, tentando fazer tudo mal até alguém me designar «suplente».
Além das condições naturais descritas, não apreciava descalçar as Dr. Martens e andar a correr feita parva dentro de um ginásio a cheirar a sovaco adolescente. Uns envergavam cores garridas e t-shirts com propaganda a whiskeys, detergentes para lavar roupa, lojas de electrodomésticos e cenas. Outros aproveitavam para exibir sapatilhas especiais de corrida (na realidade eram de basket) que um tio emigrado nos EUA tinha mandado pelo Natal ou bolas feitas de materiais que «ah e tal, bué da caro!».
Uma labreguice inútil. Todas aquelas aulas.
Mas tudo poderia ter sido bem diferente para mim. Se a Adidas tivesse concebido este belo modelo a tempo da minha glorificação geek desportiva.
E a história do desporto teria sido bem diferente...