domingo, 31 de janeiro de 2010

Das Bezerradas VII

Que o ser humano é por tendência uma coisa ruim, já não sobravam dúvidas cá no tasco.

[Clarifique-se desde já que, aqui para a blogger, médicos e enfermeiros são uma coroporação de gente dada ao sadismo e à insensibilidade, dos quais desconfia bastamente. Ou seja, o preconceito e o estereótipo assistem-na neste post, quiçá mais do que em qualquer outro.]

Há uns dois pares de anos, reencontrei um antigo colega do secundário numa certa livraria cá do burgo que em tempos teve uma área de cafetaria - bolinho de chocolate e café! - mas agora já não tem e por isso deixei de lá pôr os cotos. Após uma breve troca de impressões circunstanciais sobre o rumo das nossas vidas posteriormente à era geológica que mediou o penúltimo encontro e aquele, disse-me o ex-animador social da minha antiga turma que «Ah, e tal, sou enfermeiro em tal parte assim, assim». Todas as outras pessoas que conheço em enfermagem não almejaram lugar nessa tal parte assim, assim. Ele conseguiu. Vou tentar pensar que foi o mérito da sua classificação mediana e não o facto de a mãe do citado enfermeiro, também ela, coincidentemente, enfermeira, trabalhar na tal parte assim, assim, e haver, como todas as habituais práticas cá do burgo indicam, exercido influência para tal contratação.

Certo é que a criatura - o enfermeiro que dantes era um stand up comedian lá na turma - é enfermeiro e exerce tal profissão. A qual exercia já ao tempo do encontro na tal livraria.

E que fez ele após um minuto de diálogo com uma pessoa que não via há anos, a qual largou o casaco militar, deixou crescer o cabelo muito para lá do tamanho cão-de-água e passou a usá-lo, quando muito, com madeixas louras, abandonando as tonalidades azul e rosa de outrora?

Saca do telemóvel e exibe fotos de uma senhora acidentalmente semi-escalpada, a segurar no ar, sobre a sua cabeça, a camada de pele contendo cabelo com a mão direita, sinistramente ligada ao restante tecido aderente ao crâneo, como se do vídeo do panda a espirrar se tratasse. A colecção prolongava-se. Eu é que escolhi não ver mais nada.

Prái dois anos depois deste episódio, vi-me obrigada, por imposição curricular, a frequentar a cadeira de Medicina Legal. As aulas teóricas foram ok. Mas para a completude da cadeira era imprescindível a comparência a duas autópsias.

Tive azar. A primeira a que assisti foi numa tarde em que um cadáver em elevado estado de decomposição essa dissecado na sala ao lado, deixando tudo empestado de um cheiro nauseabundo como nunca dantes tinha snifado. Gastei uma embalagem de lenços perfumados à Sofiazita, que me prestou grande apoio naquela agonia e teve o bom senso de me encorajar a ficar. (Lá pelo meio tive vontade de sair...)

Ora, a assitência da autópsia era composta por projectos de juristas, médicos e enfermeiros. E, mais do que o cheiro, que, como já disse, era o pior que alguma vez me foi transportado até às narinas, o que me deixou pertinho de bazar foi a galhofa permanente dos estudantes de enfermagem.

De duas, uma: ou eu sou realmente muito estúpida e não tenho o mais ténue sentido de humor, ou então, um grupo de jovens com não mais de 22/23 anos, a apontar para os genitais de um pobre homem morto sobre a marquesa da medicina legal, a ser esquartejado para análise, é uma carneirada inominavelmente soez e vil.

Tempos depois circularam rumores de que uma estudante de direito teria feito um vídeo de uma autópsia com o telemóvel. Ao que parece viu muitas mais autópsias do que as obrigatórias. Era uma interessada. E também não deve ter ligado muito a meia dúzia de artigos de certas compilações legais que, àquele tempo, já deveria conhecer bem. Ou pelo menos o suficiente para não lhe passar pela ideia a velhaca e abusiva captação de imagens.

Por tudo isto, estas belas fotos que um grupo de médicos porto riquenhos publicou no... Facebook,
o_O
Não me surpreendem. São o sintoma de uma sopeirice própria de quem não tem valores e nem sequer liga por aí além àquele preciosismo designado de «deontologia profissional». A ânsia exibicionista e o comportamento de pária perante um sofrimento atroz fazem-me duvidar de tudo, mas não do estereótipo e do preconceito nos quais me venho escudando há muito, muito tempo.

Saia daí um Wulff para mesa 49!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Do «Hasta Siempre»



Por, entre muitos outros, me terem dado a ver:

- Reservoir Dogs
- The Piano
- Pulp Fiction
- Trainspotting
- Brassed Off
- Good Will Hunting
- Jackie Brown
- Amélie
- Frida
- Kill Bill Volume 1
- Kill Bill Volume 2
- Garden State
- No Country for Old Men


Terão sempre um lugar cativo no meu coração, saudosos estúdios Miramax!


Já pela nódoa inominável que foi e é «Chicago» de Rob Marshall, um «bem feita!» do tamanho de um A-380.

Das Improbabilidades

Nunca imaginei tal coisa, mas gostei muito de ler as impressões emitidas por Belmiro de Azevedo sobre Cavaco e Alegre, numa entrevista à «Visão» que o DN resumiu aqui.

Isto de uma entevista a uma certa estação ou publicação ser notícia noutros órgãos de comunicação social, soa a reciclagem. Mas reciclagem no mau sentido, não aquela pela qual se faz o sacrifício de ir ao ecoponto para aliviar o peso da consciência poluente.

Das Pré-Temporadas


A 6.ª temporada de Lost está a chegar, e cá pelo tasco já se ouve o sapatear (proveniente daquele tique com que o Coelho Branco - de um certo conto escrito por um tipo meio pedófilo e mui badalado por estes dias - contagiou a clientela quando se lhe aceitou meia fatia de tarte de cenoura) ansioso por mais um repasto audiovisual para as massas.

Não há imagens da nova temporada, mas aqui está um bom aperitivo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Das Conciliações Geek-Fixolas


Escuto hoje, praí pela quarta ou quinta vez, o tema «Ladybug» de uns tais The Avon Barksdale. Porque também eu aprecio uns indiezinhos fáceis de ouvir... e todo o tipo de cenas alusivas à bela tv-geekness.

The Wire rula muito. Mas a minha série preferida não deixará de ser The West Wing.

Para que fique bem claro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Das Justificações das Ausências

Não tem havido postagem fresca cá no tasco.
Por nenhum motivo em especial.

[Embora o facto de me perder com pensamentos parvos como a invenção de uma personagem assassina do politicamente correcto, chamada «Jáques, o Estereotipador» e rir dessa má tirada humorística como se fosse a Whoopi Goldberg, não abone muito à capacidade de articulação lógica - tome-se como documento probatório a extensão desta frase - e ao tempo livre entre mãos para mais do que divagar extra-blogger.]

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dos Plágios Bacocos (Mas Rentáveis à Bruta) II

«The most obvious similarity is that both stories are set on the planet Pandora in the 22nd century. The Strugatskys' Pandora is inhabited by the Nave, a group of humanoids whose name sounds very much like that of Cameron's humanoids, the Na'vi. Both Pandoras are also warm and humid, and densely covered in trees.»

Um artigo sobre as coincidências existentes entre a «história» do Avatar do fogo de artifício para sopeiro admirar, e uns certos livrinhos sci-fi dos 60's russos. Por mim, o James Cameron já vivia num GULAG siberiano desde que se lembrou de fazer o Titanic. --'

Dos Plágios Bacocos (Mas Rentáveis à Bruta)

Um estimado leitor cá do tasco, linkou para esta bela resenha da pipoqueirada mais rentável que os últimos tempos viram no grande écran. Como tal achega ficou subtraída à ribalta blogueira num comentário que poucos lerão, aqui fica o devido destaque:


(clickar sobre a imagem para ler em tamanho pró-míope)

Das Resenhas Idílicas



RadioheadEverything in Its Right Place


RadioheadPyramid Song


RadioheadThe National Anthem


RadioheadHow to Disappear Completely Loved track


RadioheadI Might Be Wrong


RadioheadYou and Whose Army?


RadioheadIdioteque


RadioheadMorning Bell


RadioheadMotion Picture Soundtrack

Há por aí certas pessoas que defendem a tese segundo a qual os Radiohead, ao invés de dois álbuns, na ressaca do «OK Computer» - a.k.a. melhor disco de todos os tempos - deveriam ter editado um só, composto pelas melhores faixas do «Kid A» e do «Amnesiac»: o «Kid Amnesiac».

Ontem à noite, na companhia de um desses entusiastas, fiz a experiência, com a tracklist supra exposta.

Continuando a considerar o «OK Computer» a obra máxima dos 5 gajos mais talentosos que Oxford deu ao mundo, aconselho a experiência.

Saia daí um Wulff para mesa 48!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Das Descobertas Improváveis (E Lamentáveis)


Tristemente, foi por causa de uma curiosidade da inclassificável secção «Vida» do Sol online que fiquei a saber que os tigres são uma das espécies mais ameaçadas.

A ver se o governo chinês faz alguma coisa para preservar a espécie... Mas dado que para aqueles lados até a vida humana parece valer tão pouco, não me parece que o folclore em torno de um ano temático com o nome dos felinos ameaçados venha a fazer grande coisa pela conservação da espécie.

Das Réplicas

De 6.1. Hoje. Por volta das 11h, horário português.

A ver se o jornalismo da desgraça se banqueteia de imagens e relatos do horror e do caos. Pelo mundo bem nutrido e seguro mostra-se choque e consternação. Não de uma forma tão caricata como as expressões do PR diante dos estragos provocados pelo tufão de Torres Vedras (tipo devoração de Bolo Rei versão idoso mau fingidor de admirações semi-emocionadas). Mas ainda assim muito confortável.

Saia daí um Wulff para mesa 47!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Dos Tiros Nos Pés II

Do pouco que tenho observado, o «i» é grande fã do Alegre. Ou então há por lá gente que já se apercebeu da qualidade tragicómica do auto-designado candidato à Presidência da República (a.k.a. milhão de votos). E essas cenas vendem papel. Quase tanto como as promoções de desconto de 50% no preço no papel higiénico.

O anúncio da candidatura de Alegre por estes tempos não pressiona ninguém a mais do que rir. O PS virá à praça anunciar o seu candidato quando isso não deixar o executivo em funções totalmente exposto às forças de bloqueio. E o PR está-se nas tintas para aquele senhor de barba branca com um discurso chato e ultrapassado que por acaso tende a ficar-lhe cronicamente atrás nas sondagens.

Se por um lado os idosos fiéis à direita, devotos do Sr. Cavaco e Silva - sim, eles enfatizam o «e» -, têm andado a morrer desde as últimas presidenciais, pelo outro há por aí borregada jovem que o consideram um bom político.

Ou seja, prevejo a desgraça para o futuro do Palácio de Belém.

Das Procrastinações (Alegadamente) Estratégicas

Por mais tempo que o executivo possa ganhar com certas prorrogações, quiçá +/- pedinchadas, certo é que a adjudicação do fornecimento do belo computador infantil de terceiro mundo apelidado de navegador tuga para lhe lavar a imagem, é assunto político fétido de tanto mal cheirar.

E o maior problema será mesmo a ausência de alternativas viáveis. Para que o escrutínio devido de tais abusos fosse produtivo e progressista, ao invés de suicidário.

Das Bestialidades II



Acorda uma pessoa para se deparar com esta merda!

Para quem não percebeu: eu tinha uns 36 e tal mil tracks ouvidos desde esse belo dia de 20 de Agosto de 2008.

De duas uma, ou o last.fm é merdoso... até aos quarks... ou então alguém com muito pouca vida se lembrou de me chagar a paciência.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Das Genialidades II

Há coisa de pouco mais de um minuto. Ou dois. Não mais de 3, vá. Tive (mais) uma fantástica ideia!

Na senda dos famosíssimos audiobooks, sugiro aos senhores da DGSI que façam o mesmo com a jurisprudência das instâncias superiores. Como intérpretes é imperativo o recrutamento de septuagenários avaros, de voz ditatorial e velhaca.

Seria um sucesso!

O arquivamento da douta jurisprudência em tais moldes estaria, aliás, no que a avanços tecnológicos respeita, como a «Vila Faia» para o «Avatar» - não sei bem por que ordem comparativa.

Saia daí um Wulff para mesa 46!

Dos (In)Êxitos

Sempre na vanguarda do WTF, na crista da onda da silly season, aquele que é o tiranete-cantor favorito cá no tasco, deu à luz mais uma ideia magnífica: expropriar uma cadeia de supermercados como sanção ao aumento de preços com finalidade expeculativa.

Há a intervenção estadual na economia, em ordem ao estabelecimento de linhas racionais num âmbito de pura irracionalidade (a do mercado). E há as alarvidades monumentais.

Acho que já dei a perceber qual das duas se aplicará ao caso.