quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Das «Frescuras» Artísticas (E Respectivas Associações Pessoais)

O humor do SENHOR Ricky Gervais, gentilmente partilhado com a plebe na 68.ª gala dos Globos de Ouro(*), andou na mira de objecções de certas frescuras artísticas. Nem sequer se dissertará aqui sobre a imensa e absoluta estupidez dos queixumes e/ou sobre a grandiosidade de um humorista que escolhe não ser domesticado pelas vontadezinhas abjectas de artistas pouco dados àquelas coisas do fair play e da tolerância.
Antes se partilha o monólogo de apresentação da gala, com piadas bem à frente:



(*)A propósito de Globos de Ouro, há uma história particularmente deliciosa para não ser partilhada com o mui estimado leitor: a blogger tem uma colateral em 2.º grau, vinda ao mundo poucos dias depois de o Kurt Cobain papar açorda de espingarda.
Consciente dos malefícios da TV, a blogger exerceu sempre forte influência sobre os hábitos televisivos da sua colateral. Tanta, que a pobre criatura, há uns meses atrás, dirigiu à blogger a seguinde indagação:

«O "Zona J", é um filme mau ou bom?», recebendo a honesta resposta «É muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito mau!!!!!!! Muiiiiiiiiiiiiiiiito mau! Ruiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!!!!!!!».
A jovem reflecte e contra-argumenta: «É capaz de não ser assim tão mau... Ganhou um Globo de Ouro.»
[A pobre pequena não sabia da existência daquilo que Joaquim Letria um dia apelidou de «Oscaritos».]
Tão sadicamente divertida quando enternecida pela salutar ignorância de uma página negra da história televisiva tuga, a blogger zombou alarvemente da sua colateral. Cumprindo integral e pontualmente os deveres familiares inerentes ao seu grau de parenteso.

(Nota-se agora, ao reparar nos deliciosos contornos deste episódio, que o mesmo poderia perfeitamente figurar num post natalício.)