Hoje o «i» tenta explicar o fenómeno Tokio Hotel às pessoas. Em regra defendo a premiação do jornalismo zombador com dependurações pelos polegares dos seus autores em masmorras impregnadas de humidade e odores nauseabundos, cujos verdugos prestem longas e ruidosas sessões de karaoke.
Mas oito perguntas e respostas, em que pérolas como «Por que razão há uma multidão de fãs acampados à porta do Pavilhão Atlântico? Porque são férias da Páscoa. (...) Da última vez que a banda alemã esteve em Portugal, em 2008, a situação foi semelhante. Mas a 16 de Março já havia TPC para entregar, por isso o campismo foi uma opção menos popular.» levaram-me ao elogio que ora teço ao dito artigo.
Ainda tentei ver o vídeo associado ao belo do artigo, mas não aguentei. Não fiz mal a ninguém e não merço vazar o pequeno-almoço a esta hora. Depois tentei visionar o grande sucesso da banda no youtube, mas fechei a tab quando percebi que era uma música muito ruim que há uns tempos estava sempre a passar em cafés e centros comerciais.
Não é que tenha ficado a perceber mais coisas do que a hiper-permeabilidade das púberes à foleirice com marketing selvagem. Mas deu para sorrir, enquanto racionalizava coisas como miúdas com a mesma idade que a minha irmã tinha quando ainda nem lhe confiávamos chave de casa (porque a perderia nesse mesmo dia) a acamparem, feitas doidas e em péssimas condições, na vã tentativa de ficar pertinho de um tipo que parece uma tipa, pelo qual estão todas hormonalmente apaixonadas.
Se é para fazer figuras tristes e acampar sem ser preciso, vão para os escuteiros, ou assim. Pelo menos, sempre lá aprendem a fazer nós complexos.