Há uns tempos que um horrendo tique no meu olho esquerdo me faz pensar que «vai na volta e ter só o olho direito não será assim tão ruim». Os níveis de stress que me causa podem comparar-se àqueles que senti nos últimos exames que fiz na faculdade, só que a comparação peca por excesso, já que os exames só ditaram o final do curso no tempo desejado, sendo de um stress mediano. Já o maldito tique deixa-me esgotada e a desejar minimizar os efeitos com coisas capazes de me desviar a atenção dele, como estender-me de bikini sobre um vasto campo de urtigas ou tratar da pele da cara com um rolo de lixa.
Agora mesmo, no final de um agradável jantar com uma certa e determinada pessoa da qual não me limito a ser só amiga, queixei-me a esse senhor desta minha infelicidade nervosa sob a forma de tique, praí pela 100.ª vez só neste dia, mas isso agora são detalhes.
A resposta, porém, revelou-se... bom, escuso-me a classificações, passo a transcrever a preciosidade --'
«Indivíduo Com Quem Jantei: Tens o tique em que olho?
Eu: Hein?!
ICQJ: O tique, é no olho direito ou no esquerdo?
Eu: É no olho esquerdo. Já te disse um monte de vezes!
ICQJ: Podia ser pior. Podias ter um taque no olho direito!»
Pelo menos durante algum tempo as minhas atenções desviaram-se do malfadado tique. Já que se ocuparam a fantasiar torturas para aplicar ao ICQJ.