Hoje, numa conversa sobre literatura no âmbito da qual emiti eloquentes «Hum... hum...», «Pois...», «Sim...», and so on, o meu interlocutor confessou-me que uma certa personagem de um certo livro cuja leitura apreciou sobejamente, lhe lembrou, amiúde, a minha pessoa. Naturalmente entusiasmada com o tipo de características magníficas que tal personagem deveria possuir, solicitei-lhe a devida densificação.
Além das demais características, as quais não reproduzo porque ainda não percebi muito bem se serão boas ou más, ou se, quais valores nietzschianos, terão freguesia para além do bem e do mal, há uma delas que em nada se relaciona comigo. Mas com muita pena minha.
É que essa tal personagem calha a ser hacker. E eu, nem por isso. Coisa que lamento especialmente desde que o homem que nunca tem dúvidas as apresenta, afinal, relativamente à possibilidade de alguém não autorizado invadir o seu e-mail (imeile, no algarvio nativo*). É que sendo eu cidadã de uma nação cujo representante-mor tem a irresponsabilidade de vir a público dizer «Ah e tal, será que a malta das informáticas consegue desgraçar a segurança das redes governamentais e presidenciais?» no âmbito de uma guerrilha institucional que faz parecer porrada de gajas numa discoteca uma digladiação épica e civilizada, curtia mesmo à brava avacalhar este tasco!
*li isto algures num tasco, embora já não me recorde exactamente em qual=\