Os meus padrinhos de baptismo consistem num casalinho de colaterais em 2º grau, já cinquentões, que vai para uma vintena e tal de primaveras decidiram ofertar-se para, aos olhos de Deus, assumirem a responsabilidade de zelar por mim na eventualidade de os meus pais entregarem a alma ao tal supervisor contratual divino. Na realidade, só quiseram a peneira vestir uma roupinha nova e parecer bem diante de uns quantos, a expensas de um decréscimo patrimonial todas as Páscoas (que acabou por ser minoritário, já que eu sempre evitei a todo o custo as visitas).
As minhas madrinhas de praxe tiveram a sorte de me escolher trajes mínimos e tolos, mas compraram-me o kit de caloira, que é coisa para custar o equivalente da minha dignidade.
A trilogia do Coppola é que me deixa de bem com o termo "Padrinho". E se o Don Vito tivesse lá estado com o S. João Baptista e o JC, não tinha este último que agonizar daquela maneira. Mas armou-se em rebelde. Bem o pagou.
A parte ruim de conviver tanto com os padrinhos como como a vida de Sócrates com a ausência de suspeitas de envolvimento em maroscas, é não ter o belo do folar. Até podia ser um brinde dos iogurtes ou um cheque-brinde da Fnac no valor de 5€, mas era um folar, dava outro gosto à vida.
Este ano, porém, não me queixo nadinha. A BRIOSA ofertou um belo de um (es)folar ao SLB. E eu regozijei-me com o ímpar folar que me calhou na rifa pascal.
