sábado, 5 de setembro de 2009

Da Liberdade de Expressão

Viram o jogo?

Eu também. E sim, aquilo de muito rematarem e quase nada acertarem, chateia.

Mais, essa pouca vergonha de a selecção ser constante e alarvemente gamada dá-me a volta às entranhas. E os jogadores podem, pelo menos e a bem da catarse, protestar decisões imbecilóides do árbitro e fiscais de linha (atente-se que aqui no tasco são bandeirinhas e pronto)? Não.

Uma ordem obscura - que aqui para o tasco nasceu das twisted minds laranjas, numa teoria da conspiração mui ardilosa - lixa alguém com a isenção e escrupulosa deontologia de Manuela Moura Guedes e fica tudo histérico porque "Ah e tal que a liberdade de expressão, e a de imprensa, e as merdas e as cenas...", mas um pobre avançado que não estando em fora-de-jogo vê gorados os seus intentos atacantes por um bandeirinha armado aos cágados já não pode insultar a mãe do bandeirinha, a do árbitro ou nem mesmo largar algumas pérolas do ímpar vocabulário obsceno do mais belo idioma do mundo.
É que vai contra as sacrossantas regras do futebol...

E liberdade de expressão, não?! Mas que ser humano consegue suportar aquele jogo sem soltar uns pares de caralhadas?! Agora imagine-se jogá-lo!

E a FPF não pode enviar um fax a dizer "Mitrada da FIFA, aquela merda era um pénálti, caralhos fodam! Façam muitas destas e depois não se queixem que a cortiça e o vinho do Porto estão cada vez mais caros e ruins!". São as regras.

Agora a sério, tendo a absoluta certeza de que nunca a verdade do caso Manuela será divulgada à plebe, mas não posso deixar de desejar à brava sabê-la. E sim, mete muito mais nojo viver numa democracia onde isto acontece do que sofrer por causa de onze gajos supostamente profissionais da bola, mas que depois rematam para os quintais dos vizinhos ou aproveitam os lances de perigo com a argúcia de um vesgo coxo.