Mostrar mensagens com a etiqueta compositores. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta compositores. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Halloween 2008 - Danny Elfman para Tim Burton

Tim Burton é, ele próprio, um ser halloweeniano. Danny Elfman tem sido, ao longo dos anos, o justo transpositor do imaginário Burton para as partituras, cuja omissão na grande playlist de halloween 2008 seria, no mínimo, criminosa. Para que este tasco continue isento de condutas penalmente puníveis, eis o encerramento de ouro!



Happy Halloween!

sábado, 11 de outubro de 2008

Nico Muhly "Mothertongue" - crítica


A tónica sobre a juventude de Nico Muhly (27 anos) é assunto incontornável sempre que se fala deste compositor daquele limbo musical onde a erudição, o clássico, o minimalismo e o impressionismo comungam sem que nenhum estilo exclua os restantes de um modo definitivo. No curriculum de Muhly constam colaborações com Bjork, Bonnie "Prince" Billy, Philip Glass e Antony Hegarty, bem como um primeiro álbum - “Speaks Volumes” - antecessor deste que aqui se aborda. Perante tal percurso, a idade impressiona mesmo.

“Mothertongue” divide-se em três partes: “Mothertongue”, “Wonders” e “The Only Tune”, e em cada uma delas a música contemporânea é tratada à mãos de uma pop com arranjos glaciares (há em Muhly traços vincados pelos comprimentos de onda a que nos habituaram os sons islandeses), com a exacta dosagem de samplagens tão prosaicas quanto investidas da mais objectiva candura versejante. Mas que não se esperem de “Mothertongue” melodias lineares e óbvias em face das quais obedecem esses elementos da contemporânea! O arrojo sonoro alia-se antes a um povoar de elementos fantasmagóricos suavemente harmonizados por uma “pop todo-o-terreno” (como alguém assertivamente a caracterizou), e a estrutura não poderia adequar-se mais ao conteúdo.

Aberto com os sussurros e sibilâncias entoados em crescendo por Abigail Fischer, “Mothertongue” (parte quadripartida “Arquive”, “Shower”, “Hress” e “Monster”) instala-se no ouvido e progride até à melancólica companhia que o piano vem fazer ao cântico angustiado posteriormente refundido naqueles murmúrios bulidos da alma. Mais orquestrada, “Hress” é melodia primaveril encerrada com “Monster”, que se veste de barroco mas celebra inquietude.

Justamente pelas linhas da inquietude se desenha o andamento seguinte, alcançando harmonia na finura sonora do cravo, somado, claro está, à bela prestação de Helgi Hrafn Jónsson (ponto alto no término da II parte de “Wonders”).

Porém, é com a última parte, “The Only Tune”, que Muhly alcança a completude. Chegados aqui percebemos que o disco enverga abordagens inconclusas de diversas dimensões atmosféricas-humanas. Em “The Only Tune” a dimensão acabadamente terrena até ao misticismo exacto da enfabulação-da-não-ficção é feita partitura. É preciso apreciar a folk para que a interpretação de Sam Amidon e o banjo surtam os devidos efeitos... e eis que o modo “repeat” passa a guilty pleasure imposto pelo hedonismo.

Para os ocasos que o Outono traz cada vez mais cedo, não se vislumbra melhor acompanhamento sonoro.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Audiofilia - Nico Muhly


O álbum "Mothertongue" de Nico Muhly tem sido objecto do meu regozijo sonoro desde que os senhores da Flur o mencionaram num certo mail de update às novidades. Se eu não fosse adepta do ecletismo até ao dúbio vincar de gostos, talvez não me deslumbrasse tanto.

A recomendação está feita, e para incrementar o apetite, fica a bela faixa que considero mais "convencional" mas ainda assim desarmantemente bela:

Nico Muhly "The Only Tune III: The Only Tune"